Vida longa ao Papa Francisco

Preocupações e preces de todo o mundo têm efusivamente sido dirigidas à saúde do Papa Francisco. O pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, de 88 anos, está hospitalizado em Roma para tratamento de uma pneumonia bilateral e sua situação clínica é “complexa”, conforme informou o Vaticano nesta terça-feira.
Além do agravante da idade, o estado do papa requer cuidados face a seu histórico de problemas respiratórios, e o fato do mesmo não ter a parte superior do pulmão direito, retirado por cirurgia ainda aos 21 anos, quando teve uma pneumonia grave e mais três cistos no pulmão. Ou seja, sua capacidade respiratória é reduzida.
Com a humildade que lhe é peculiar, o papa pediu desculpas por faltar à habitual missa que reza no Vaticano aos domingos, dizendo em um texto escrito de sua oração semanal: “Ainda preciso de algum tratamento para minha bronquite”.
Sem também esquecer de transmitir uma carinhosa mensagem aos fiéis: “Agradeço-lhes pelo carinho, a oração e a proximidade com que me acompanham nestes dias, assim como gostaria de agradecer aos médicos e profissionais de saúde deste Hospital por seus cuidados: eles fazem um trabalho precioso e tão cansativo, vamos apoiá-los com a oração!”, conclamou o Papa.
Apesar de tudo, mesmo convalescendo, ele continuou sua prática recente de fazer ligações para falar com membros de uma paróquia católica em Gaza, segundo informação da emissora italiana Mediaset.
É inegável a magnitude da posição de Franciso em nosso mundo. Como chefe da Igreja Católica de Roma, o papa ocupa uma posição que nenhum outro líder religioso pode igualar. A maioria das grandes religiões não tem uma estrutura hierárquica que reconheça claramente um líder que encarna a tradição como faz o papa para o catolicismo.
E Franciso tem exercido este papel com emblemática postura. Direcionando – mediante o emprego de sua autoridade, tanto eclesiástica quanto moral -, a Igreja para os caminhos mais arraigados aos princípios cristãos, em especial, do acolhimento das demandas dos mais necessitados, do combate às discriminações e perseguições aos desiguais e desprotegidos, e à busca incessante da paz entre os povos.
“Francisco trouxe para a Igreja uma visão revigorante, interessante e atraente. Enquanto outros papas se concentraram na aplicação de regras ou normas doutrinárias, ele tenta atrair as pessoas para a mensagem primordial: uma Igreja que espalha a boa-nova de Jesus por meio do encontro, do diálogo e do testemunho”, analisa o vaticanista Joshua J. McElwee, autor de livros sobre o atual papa.
Muito mais que líder de uma congregação, este papa se vê essencialmente como detentor de uma missão pastoral. Um líder a guiar seu rebanho para os caminhos da fraternidade e felicidade. E, como qualquer bom pastor, se sente na obrigação de acolher a todos, indistintamente. Quando uma ovelha se perde, o pastor deixa todas as outras e vai atrás daquela ovelha perdida. Ninguém pode ser deixado para trás. Esse é seu propósito de vida.
Sua visão de Igreja, quando fala de misericórdia, de acolher os mais fracos, de não forçar uma visão idealizada da família, de pensar no ambiente em que vivemos, que foi doado por Deus, tudo isso é guiado por uma visão pastoral, muito próxima das pessoas.
Nos tempos atuais, de tanta intransigência, de transformações que podem nos levar para caminhos tortuosos, cada vez mais a humanidade carece de guias que nos trilhem para o plano de bem, como Francisco tem perseverantemente feito.
Vida longa ao Santo Padre !

JOSÉ MARIA PHILOMENO
ADVOGADO
E ECONOMISTA

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