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Perla faz show no Sesc Guarulhos (SP) em 23 de fevereiro
Paulo Henrique de Lara / Divulgação
♫ MEMÓRIA
♪ Eis que abro a caixa de e-mail e, entre centenas de novas mensagens diárias, aparece a notícia enviada pelo Sesc SP de que Perla vai se apresentar em 23 de fevereiro no Sesc Guarulhos, unidade situada na homônima cidade do estado de São Paulo, vizinha da capital.
A notícia imediatamente me traz à mente lembranças da adolescência vivida na segunda metade da década de 1970 no subúrbio carioca.
Perla – Ermelinda Pedroso Rodríguez D’Almeida na certidão de nascimento expedida com a data de 17 de março de 1952 – é uma cantora paraguaia, nacionalizada brasileira, que fez muito sucesso no Brasil nos anos 1970 e que permaneceu na minha memória musical afetiva.
Em 1972, aos 20 anos, Perla veio sozinha para o Brasil para tentar a sorte como cantora. Dois anos depois, em 1974, contratada pela gravadora RCA-Victor, a cantora atingiu o objetivo quando lançou single com Estrada do sol, versão em português da canção italiana Alle porte del sole (Daniele Pace, Mario Panzeri, Lorenzo Pilat e Corrado Conti, 1973) apresentada no ano anterior na voz da cantora Gigliola Cinquetti.
Foi o início de uma estrada que permaneceu ensolarada até o início da década de 1980, embora Perla tenha continuado a gravar e a lançar discos anuais até 1985, além de ter feito álbuns pela pequena Brasidisc nos anos 1990, com reduzida repercussão. Na primeira metade dos anos 1980, a cantora chegou a lançar dois álbuns por ano, um para o Brasil e outro para o mercado hispânico.
Na discografia brasileira, Perla deu voz sobretudo a versões de hits estrangeiros, especialmente sucessos do grupo sueco ABBA, cujo criação e apogeu coincidem com o período áureo da cantora. Fernando (1976) e Pequenina (1979) – como Chiquitita foi intitulada na versão em português – tocaram muitos nas rádios.
Era comum ver Perla dublando essas músicas no Programa Silvio Santos – programa de auditório que reunia o povo brasileiro em frente à TV nas tardes de domingo – com os longos cabelos negros. É essa memória que tenho de Perla, cantora de voz grave.
Quem via TV e ouvia rádio em 1977 provavelmente se lembra de ver e ouvir Perla cantar Eu sei tudo, professor, versão em português de um hit do eurodisco, Yes, sir, I can boogie (Frank Dostal e Rolf Soja, 1977), sucesso da dupla feminina espanhola Baccara.
Não é exagero dizer que boa parte do povo brasileiro preferia as versões de Perla às gravações originais dessas músicas pela beleza do canto (por vezes sentimental) de Perla São essas lembranças que me trouxeram a notícia enviada pelo SESC SP para a minha caixa postal. É muito bom saber que Perla continua em cena, a um mês de festejar 73 anos de vida!
Se você tem mais de 55 anos e mora em São Paulo, leitor, deveria ir ao Sesc Guarulhos em 23 de fevereiro para ver o show de Perla e (re)ouvir a bela voz dessa cantora hoje mais brasileira do que paraguaia.