Banda Papangu faz rock progressivo experimental, conquista mídia especializada e é comparada a Sepultura


Grupo paraibano lança, neste sábado (15), versão em vinil de seu novo álbum, o “Lampião Rei”, que conta a história de Lampião. Banda Papangu lança versão em vinil do “Lampião Rei”
Adri L/Divulgação
“Rock troncho” e “Hermetocore” são dois apelidos utilizados para definir o som da banda paraibana Papangu, que lança neste sábado (15), em João Pessoa, a edição em vinil de seu novo álbum, o “Lampião Rei”. O g1 conversou com Raí Accioly (guitarra e voz), Rodolfo Salgueiro (teclado e voz) e Vitor Vespa (bateria), integrantes do grupo de rock progressivo que vem conquistando a mídia especializada, no Brasil e no exterior.
Na mídia especializada, Papangu é comparada a bandas como Sepultura, com relação ao fato de ser uma banda brasileira ganhando projeção fora do país.
Em nove faixas, o álbum “Lampião Rei”, que ganha uma versão em vinil neste sábado (15), apresenta uma narrativa épica e biográfica de realismo mágico, contando as provações e tribulações de Virgulino Ferreira da Silva, também conhecido como Lampião (1898 – 1938), figura lendária do Nordeste, desde seu nascimento até sua ascensão ao posto de homem mais temido do Brasil.
“Então ele tem um aspecto muito forte de realismo fantástico, é, ao passo em que pega elementos chave da, da ascensão de, de virgulino e mitifica, mas não necessariamente como uma figura heroica ou como uma figura vilanizada”, destacou Rodolfo Salgueiro.
Rock troncho e Hermetocore
Um dos significados da palavra “troncho” é “desajeitado”, “disforme”. Quando se trata de Papangu, o termo “rock troncho” faz referência à mistura de influências e experimentações que a banda faz, como explica Raí Accioly, “é um é um rock, um metal progressivo, um um o tempero que cada um de nós adiciona ali com as nossas influências. Cada um tem um assim um background diferente musical”, disse ele.
O baterista, Vitor Vespa, também faz parte de uma banda de forró. Ele falou como os shows dos dois grupos convergem, especialmente no quesito experimentação, um exemplo prático de como cada integrante do Papangu traz suas influências para a sonoridade dos shows.
“Sou membro de uma banda de forró pé de serra, a gente faz direto shows, principalmente no período de junho e julho, né? Que é o São João. A gente sempre está tocando e eu vejo que quando a gente vai tocar, não sai escolhendo as músicas, a, b e c… é o que vem na cabeça ali, é algo natural da gente. Então, eu vejo que o Papangu é dessa maneira, nenhum show da gente é igual.
Já o termo “Hermetocore”, utilizado pelos integrantes do Papangu para falar sobre a sonoridade da banda, faz uma referência ao músico brasileiro Hermeto Pascoal, conhecido por sua música experimental, utilizando diferentes instrumentos e objetos.
“E nela vem aspectos de improviso, utilização de instrumentação atípica, percussões das mais diversas e descontraídas, então sejam um porquinho de borracha, uma galinha de borracha. Isso traz uma descontração, mas também traz texturas e sons diferentes”, detalhou Rodolfo Salgueiro.
Carreira e aclamação na crítica
O Papangu teve início em 2012, como um projeto entre amigos. Em 2021, veio o primeiro disco, o Holoceno, que fez com que a banda sentisse a necessidade de se preparar para subir aos palcos. “A gente não tinha planejamento de estrada, nem gravação nem nada, era um projeto mais de amigos mesmo que culminou no Holoceno. Com o lançamento de Holoceno, a gente viu que tinha algo especial ali e a gente percebeu que ali seria o momento de a banda estar nos palcos”, disse Raí Accioly.
Pelo menos nos últimos três anos, a banda foi se tornando conhecida no Brasil inteiro e conquistando fãs e críticos, inclusive no exterior, chegando a ser comparada com Sepultura. Mesmo reconhecendo as diferenças na sonoridade, o grupo recebe com muita alegria as comparações, uma vez que o Sepultura é uma das maiores bandas de rock da história do Brasil.
“Deixam a gente assim extremamente lisonjeados, porque eu, particularmente, sou grandíssimo fã da Sepultura, desde moleque, desde meus 13, 14 anos de idade. E quando a gente recebe essas notícias, é, de uma forma ou de outra, esse moleque que ainda tá dentro da gente fica extremamente feliz”, expressou Raí Accioly.
Raí Accioly revelou que o grupo lê todas as resenhas sobre o trabalho do Papangu e que recebe bem até as críticas negativas.
“Sempre quando sai uma uma resenha de de um disco, a gente sempre lê tudo com com bastante carinho e e fica feliz, mesmo sendo negativa. De uma forma ou de outra, a gente recebe super bem e eu acho que a palavra que melhor define é a alegria mesmo de ver esse trabalho reconhecido, um trabalho que a gente fez com tanto carinho”, disse.
A turnê atual, chamada de ‘Engaiolada’, passou por vários estados do Brasil. Com 16 shows, a turnê termina na terra natal do grupo, com o lançamento do vinil do “Lampião Rei”, neste sábado (15), às 15h30, na Taioba Discos, e um show, neste domingo (16), na Vila do Porto.
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