Suzano reverte lucro e tem prejuízo de R$ 6,74 bilhões no 4º trimestre

A Suzano (SUZB3), uma das maiores produtoras de celulose e papel do mundo, reportou um prejuízo líquido de R$ 6,74 bilhões no quarto trimestre de 2024. O resultado contrasta com o lucro de R$ 4,51 bilhões registrado um ano antes e o lucro líquido de R$ 3,23 bilhões no trimestre anterior.

Segundo a companhia, a queda foi impulsionada principalmente por efeitos cambiais sobre a dívida e operações com derivativos, além do aumento de custos.

Às 12h30 (horário de Brasília), as ações da Suzano (SUZB3) avançavam 1,67%, negociadas a R$ 58,94.

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Impacto cambial e custos operacionais da Suzano

A valorização do dólar frente ao real impactou negativamente o resultado financeiro da empresa. A dívida da Suzano, grande parte em moeda estrangeira, ficou mais cara com a alta do dólar.

Além disso, os custos de produção (CPV) e despesas administrativas (SG&A) subiram, pressionando ainda mais os resultados. Esses fatores, no entanto, foram parcialmente compensados por receitas de impostos diferidos e pelo aumento da receita líquida.

Suzano registra recorde de vendas em 2024

A empresa registrou recorde de vendas em 2024, com 12,3 milhões de toneladas de celulose e papéis, alta de 7% em relação a 2023, impulsionada pela nova unidade de Ribas do Rio Pardo (MS), que também contribuiu para a redução do custo caixa de produção de celulose, que ficou em R$ 828 por tonelada no ano, uma queda de 6% sobre 2023.

A fábrica é atualmente a maior linha única de produção de celulose do mundo e recebeu R$ 4,5 bilhões do total de R$ 17,1 bilhões investidos pela empresa em 2024.

A aquisição de fábricas de papel cartão nos Estados Unidos também influenciou positivamente nos resultados.

Segundo o presidente da Suzano, Beto Abreu, a companhia reforçou sua estratégia com aquisições nos EUA e participação na austríaca Lenzing, mantendo a alavancagem financeira reduzida ao final de 2024, refletindo disciplina de capital e solidez financeira.

Receita líquida cresce, mas preço da celulose cai

A receita líquida da Suzano no 4º trimestre foi de R$ 14,17 bilhões, um aumento de 16% em relação ao trimestre anterior. O crescimento foi impulsionado pelo maior volume de vendas de celulose (+25%) e pela valorização do dólar (+5%). No entanto, o preço médio da celulose em dólar caiu 13%, limitando o avanço.

Em 2024, a receita líquida foi de R$ 47,4 bilhões em 2024, representando uma alta de 19% em relação ao ano anterior, motivada pelo aumento das vendas e pelo câmbio favorável às exportações.

No trimestre, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 31%, para R$ 23,8 bilhões e o resultado financeiro líquido somou prejuízo de R$ 28,8 bilhões, frente ao lucro de R$ 5,78 bilhões registrado em 2023.

Segundo a companhia, o resultado negativo de R$ 6,7 bilhões é atribuído ao impacto apenas contábil da variação cambial na dívida e nas operações de hedge em moeda estrangeira, com eventual efeito caixa somente nos vencimentos futuros.

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Dívida líquida da Suzano sobe 42,3%

A dívida líquida da Suzano aumentou 42,3% no trimestre, chegando a R$ 79,05 bilhões. Os números foram influenciados pela variação cambial, já que parte significativa da dívida é denominada em dólar.

O índice de alavancagem (dívida líquida/EBITDA ajustado) subiu para 3,3x em reais, mas caiu para 2,9x em dólares, dentro da política financeira da empresa.

Em dólares, a relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado foi de 2,9 vezes no encerramento de 2024, 3,1 vezes registrados em dezembro de 2023, em linha com as projeções da companhia.

No período, a Suzano também destinou R$ 2,8 bilhões para programas de recompra de ações e R$ 1,5 bilhão em distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) para seus acionistas.

*Com informações da agência de notícias CMA

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