A bancada oposicionista do Partido Liberal (PL) está demarcando sua posição, no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza. A vereadora de primeiro mandato Bella Carmelo (PL) voltou a levantar o debate sobre requerimentos que envolvem o Partido dos Trabalhadores (PT) ou seus aliados. O tema da vez foi a nomeação do ex-secretário estadual Waldemir Catanho (PT) para a superintendência do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE).
Ontem (11/2), o plenário da Casa aprovou o requerimento do vereador Emanuel Acrízio (Avante) que parabeniza Catanho por sua nomeação. Bella criticou a matéria, questionou o preparo do petista para assumir cargo e atacou o PT pelo que chamou de “velho esquema dos cargos para aliados”.
“Essa nomeação, do senhor Catanho, representa exatamente aquilo que o PT faz: o aparelhamento do Estado. O loteamento de cargos, o loteamento da máquina pública. Esse é o modis operandi do PT, transformar os órgãos públicos em cabides de emprego”, atacou Bella, criticando ainda o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), por indicar políticos para cargos públicos.
A fala da parlamentar contra Catanho foi criticada por vereadores de diversos partidos. O primeiro foi Adail Júnior (PDT), que presidia a sessão, mas deixou a função para subir à tribuna e rebater. Adail teceu elogios a Catanho, defendeu o prefeito Evandro e atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Desde quando um político que é formado, bacharelado, vivedor, conhecedor da pasta administrativa não merece assumir qualquer que seja o cargo. Nós temos a gestão Bolsonaro que é um péssimo exemplo. Não é exemplo para nenhuma gestão por nomear político. Hoje, se nós puxarmos da gestão Bolsonaro no Estado do Ceará, desconheço alguém que se destacou à frente de qualquer pasta. Nós temos que analisar, como fiscalizadores da Prefeitura de Fortaleza, temos que analisar o mandato, o desempenho, independentemente de raça, cor, independente da sua profissão”, rebateu Adail.
Adail foi acompanhado pelos vereadores Luciano Girão (PDT), Adriana Almeida (PT), Mari Lacerta (PT), Bruno Mesquita (PSD), Dr. Vicente (PT), Professor Enilson (Cidadania), Aguiar Toba (PRD) e Gabriel Aguiar (Psol). Além de defender os petistas atacados, seus aliados também atacaram a gestão do ex-presidente Bolsonaro. Gabriel trouxe para a Casa a inelegibilidade do ex-presidente e sua disposição para combater a Lei da Ficha Limpa.
“Ele quer conseguir se candidatar, só que ele é um condenado e não pode um condenado se candidatar. E por isso ele quer não só livrar a própria situação dele, de alguém condenado, mas de milhares como de outros condenados como ele”, afirmou Gabriel, sobre a movimentação da base aliada do ex-presidente para viabilizar a candidatura do ex-presidente.
Indo ao encontro de Bella, o vereador Jorge Pinheiro (PSDB) deixou Catanho de lado para atacar o PT. “Nada contra a pessoa do senhor Catanho, no meu voto contrário. Mas a essa atitude do PT de pegar aquele que foi candidato a prefeito de Caucaia e, porque não ganhou, dar um prêmio de consolação”, esclareceu Jorge Pinheiro.
Confusão
Na semana passada, em requerimento para homenagear o PT pelos seus 45 anos, o Plenário da Câmara também foi palco de troca de ataques por parte da base aliada petista e a oposição. Alguns vereadores tiveram suas falas atropeladas e a situação só voltou à normalidade com a chegada do presidente da Casa, Léo Couto.
(Por Maurício Moreira)
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