A China está ampliando os seus planos para se tornar mais autossuficiente em tecnologia e manufatura, reduzindo sua dependência de produtos e serviços estrangeiros em meio as pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo o jornal norte-americano Wall Street Journal.
A estratégia faz parte da política do presidente Xi Jinping, que busca fortalecer a economia chinesa e minimizar a influência ocidental.
O governo chinês tem investido centenas de bilhões de dólares em setores estratégicos, como robótica, inteligência artificial, veículos elétricos e semicondutores. A medida visa impulsionar a indústria nacional e proteger o país de restrições comerciais impostas por economias ocidentais.
China expande indústria nacional
Os esforços da China já produziram resultados significativos. O país tem reduzido sua necessidade de importações em diversos setores:
- Veículos elétricos: marcas como BYD e Geely aumentaram sua participação de mercado e reduziram a dependência de fabricantes estrangeiros. Em 2023, 48% dos carros vendidos na China eram elétricos ou híbridos, contra 41% em 2022.
- Produtos químicos: a China passou de um déficit de US$ 40 bilhões em 2020 para um superávit de US$ 34 bilhões em exportações em 2024, reduzindo sua dependência de fornecedores europeus e americanos.
- Energia renovável: painéis solares e turbinas eólicas de fabricação chinesa aumentaram a geração de eletricidade doméstica, diminuindo a necessidade de importar combustíveis fósseis.
Obstáculos à frente
Apesar dos avanços, a estratégia de Xi enfrenta desafios, principalmente no setor de semicondutores. A China ainda depende de importações para suprir cerca de 70% de sua demanda interna por chips e tem dificuldades para fabricar circuitos avançados sem a tecnologia fornecida por empresas dos EUA, Japão e Holanda.
Além disso, os investimentos massivos em indústrias estratégicas aumentam os gastos públicos, enquanto a economia enfrenta desafios como a crise no mercado imobiliário e o enfraquecimento do consumo interno.
Economistas alertam que Pequim deveria fortalecer sua rede de proteção social para impulsionar o consumo, em vez de apenas expandir sua base industrial.
Guerra comercial com os EUA pode se intensificar
Os Estados Unidos têm adotado medidas para conter o avanço tecnológico da China, como restrições na venda de chips avançados e sanções contra empresas chinesas. O WSJ destaca que a guerra comercial pode se intensificar ainda mais, especialmente com as pressões impostas por Trump sobre Pequim.
Mesmo diante dessas dificuldades, o governo chinês continua comprometido com a estratégia de autossuficiência, priorizando a produção nacional de tecnologia e manufatura avançada para reduzir sua vulnerabilidade a sanções e barreiras comerciais do Ocidente.
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