O Itaú Unibanco (ITUB4) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 10,88 bilhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período de 2023, renovando o recorde de maior lucro líquido recorrente gerencial de um banco privado na história, a R$ 41,4 bilhões.
A carteira de crédito do banco cresceu 14,3% no Brasil, alcançando R$ 1,11 trilhão. No consolidado, considerando operações internacionais, o avanço foi de 15,5%, totalizando R$ 1,359 trilhão.
O recorde não tem sido o suficiente para sustentar uma alta dos papéis do Itaú nesta quinta-feira (6). Às 11h25, ITUB4 recuava 0,56%, aos R$ 33,93, com o Ibovespa subindo 0,46%, aos 126.107 pontos, apoiado no avanço da Vale (VALE3), que sobe 1,79%, aos R$ 55,29.
Domínio absoluto do Itaú nos rankings
Segundo a consultoria Elos Ayta, em termos nominais, dos dez maiores lucros da história entre os bancos listados na B3, oito pertencem ao Itaú Unibanco. Os outros dois lugares da lista são ocupados pelo Banco do Brasil, que registrou um lucro de R$ 33,8 bilhões em 2023 e de R$ 31,0 bilhões em 2022.
O cenário se repete quando ajustamos os valores pela inflação até dezembro de 2024. O Itaú Unibanco também lidera com folga, seguido por seus próprios desempenhos em anos anteriores, como os R$ 36,9 bilhões ajustados de 2015 e os R$ 35,4 bilhões de 2019. O Banco do Brasil figura na quarta posição, com um lucro ajustado de R$ 35,4 bilhões em 2023.
Principais destaques do balanço
O índice de inadimplência acima de 90 dias caiu 0,2 ponto percentual (p.p.), para 2,4%, e no Brasil, o indicador de pessoas físicas reduziu para 3,8%. Entre micro, pequenas e médias empresas, a inadimplência recuou 0,5 p.p., impulsionada pelo crescimento da carteira.
As provisões para devedores duvidosos (PDD) somaram R$ 9,22 bilhões no trimestre, uma leve queda de 0,8%. No acumulado do ano, o saldo de PDD foi de R$ 51,6 bilhões, uma redução de 6,8% em relação a 2023.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) também subiu, atingindo 23,4% nas operações brasileiras e 22,1% no consolidado.
O Itaú anunciou distribuição adicional de R$ 18 bilhões aos acionistas, sendo R$ 15 bilhões em juros sobre capital próprio (JCP) e dividendos, além de R$ 3 bilhões para recompra de ações, que será realizada até fevereiro de 2026.
O Conselho de Administração aprovou um novo programa de recompra de até 200 milhões de ações preferenciais, com objetivo de cancelamento e provisão para programas de remuneração de funcionários e administradores.
Projeções do Itaú para 2025
O Itaú Unibanco espera um crescimento moderado da carteira de crédito, projetando uma alta entre 4,5% e 8,5%. A margem financeira com clientes, que representa a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e o custo de captação do banco, deve aumentar entre 7,5% e 11,5%.
As receitas com prestação de serviços e seguros devem crescer entre 4,0% e 7,0%, impulsionadas principalmente por cartões, administração de fundos e operações de banco de investimento.
O custo do crédito, que engloba despesas com provisões e perdas esperadas, foi projetado entre R$ 34,5 bilhões e R$ 38,5 bilhões. O Itaú também estima que sua margem financeira com o mercado, que inclui ganhos com operações de tesouraria, fique entre R$ 1,0 bilhão e R$ 3,0 bilhões.
O post Itaú bate novo recorde de lucro e prevê expansão da carteira em 2025 apareceu primeiro em Monitor do Mercado.