A história dos impérios nos ensina que seu auge é invariavelmente seguido por um declínio. O mundo testemunhou esse fenômeno com Roma, com os impérios europeus e, agora, com os Estados Unidos. Sob a liderança de Donald Trump, o comportamento da nação norte-americana se tornou ainda mais agressivo e descontrolado, gerando instabilidade em todos os continentes.
O colonialismo sempre foi uma ferramenta utilizada por potências decadentes para mascarar suas fragilidades. No caso dos EUA, a retórica belicista e expansionista de Trump tem sido uma tentativa desesperada de reafirmar um poder que já não é absoluto. Suas ameaças a diversas nações, a imposição de sanções unilaterais e a tentativa de interferir em políticas internas de outros países demonstram não uma força inabalável, mas sim o desespero de uma nação que sente sua hegemonia escorrendo pelos dedos.
A reação global a essa postura tem sido clara. Muitas nações estão se afastando da influência americana e buscando novas alianças. China e Rússia, por exemplo, têm fortalecido suas relações diplomáticas e comerciais com diversos países, desafiando o monopólio histórico dos EUA em determinadas regiões. A Europa, por sua vez, começa a questionar ativamente sua subserviência a Washington, especialmente diante de atitudes unilaterais que prejudicam seus interesses econômicos e estratégicos.
No plano interno, a própria população americana já começa a sentir os efeitos negativos da política trumpista. A perseguição a imigrantes e a tentativa de expulsão em massa desses trabalhadores têm deixado buracos significativos na economia, especialmente em setores como a construção civil, os serviços domésticos e a indústria de alimentação. A mão de obra qualificada e barata que sempre impulsionou esses setores está desaparecendo, causando prejuízos e aumentando a insatisfação interna. Esse é um caminho que vai minar de forma silenciosa, ou nem tanto, as estruturas que dão sustentação a este belicoso império, gerador de guerras e fome pelo mundo.
O modus operandi da extrema direita, tanto nos EUA quanto em outras regiões, se baseia na manipulação do medo e da fé. Em nome de Deus e da soberania nacional, promovem discursos inflamatórios que, muitas vezes, são apenas cortinas de fumaça, bravatas para esconder suas reais intenções e falhas. Trump, assim como outros líderes extremistas, alimenta uma base de eleitores que acredita cegamente em sua retórica, mesmo quando ela se mostra contraditória e danosa ao próprio país.
O que vemos hoje é um império tentando rugir enquanto perde seus dentes. O mundo não se curva mais tão facilmente às vontades dos EUA, e os próprios americanos já começam a questionar o custo desse nacionalismo exacerbado. A história nos ensina que nenhum império é eterno, e o atual momento político pode ser um prenúncio do que estará por vir: um mundo multipolar, onde a hegemonia unilateral dá lugar a um equilíbrio de forças mais justo e sustentável.
EDMAR XIMENES
GEÓLOGO
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