A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) concentra 31,15% dos casos prováveis de dengue no Ceará em 2025. O percentual representa 167 dos 536 casos registrados pela plataforma Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde (MS). Fortaleza, com 140 casos prováveis, é a cidade que mais apresenta casos entre todas as da RMF. Em seguida aparece o município de Maracanaú, com 14 casos prováveis registrados na plataforma nacional. Os números são equivalentes aos dados registrados na plataforma com a última atualização de contagem realizada na última segunda-feira (3)
Das 19 cidades presentes na RMF, nove delas tem casos prováveis da doença. Ainda de acordo com a plataforma, os casos prováveis são aqueles que foram notificados, excluindo os casos que já foram investigados, mas a doença foi descartada. Das cidades que apresentam casos na SE três, estão Fortaleza (140 casos); Maracanaú (14 casos); Caucaia (3 casos); Maranguape (2 casos); Guaiuba (2 casos); Cascavel (2 casos); Pacatuba (2 casos); Eusébio (1 caso); e São Gonçalo do Amarante (1) caso.
No cenário cearense, a plataforma detalha que são 536 casos prováveis registrados em 2025. Entre esses casos, 297 são registrados no público feminino e 239 no público masculino. As mulheres de 30 a 39 anos são a faixa etária mais afetada, 77 dos 297 casos prováveis são em mulheres nessa idade. Já entre os homens, os pacientes com mais casos prováveis são de 20 a 29 anos, a faixa etária concentra 66 dos 239 casos. Entre as crianças, a prevalência de casos prováveis está em meninas e meninos de 5 a 9 anos. Em meninas 16 casos e em meninos 11 casos prováveis.
Em 2024, o Ceará registrou 11.966 casos confirmados de dengue. Nove desses casos tiveram óbito confirmado pela doença. As mulheres de 20 a 29 anos foram as mais afetadas com a doença ao longo do ano. Do total, 1.707 mulheres nessa faixa etária foram acometidas pela doença. Entre os homens, também tiveram mais casos nessa faixa etária, 1.337 casos foram confirmados. A prevalência de casos em pacientes do sexo feminino também foi registrada em 2024. Os dados também são da plataforma do MS.
Estratégias
de combate
No Ceará, foi anunciada para 2025 a implantação da Biofábrica de Wolbachia. O investimento total no projeto, de acordo com o MS é de R$1,5 bilhão. A biofábrica deve ser sediada no Distrito de Inovação em Saúde, no Eusébio. De acordo com Odorico Monteiro, coordenador de Inovação e Empreendedorismo da Fiocruz Ceará, a biofábrica deve estar em funcionamento até o final de 2025. A Wolbachia é uma bactéria encontrada em cerca de 60% dos insetos, incluindo alguns tipos de mosquitos, mas não ocorre naturalmente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya se desenvolvam, contribuindo para a redução dessas doenças.
Em Fortaleza, a ampliação da vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes foi anunciada na última sexta-feira (31). Agora, todos os postos de saúde da capital contam com imunizante. De acordo com a gestão municipal, Fortaleza recebeu, entre maio de 2024 e janeiro de 2025, 76 mil doses do imunizante, sendo 38 mil destinadas à primeira dose (D1) e 38 mil à segunda dose (D2). Cerca de 154 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos fazem parte do público alvo. Até o momento, foram aplicadas 20.598 doses, das quais 16.358 correspondem à primeira dose e 4.240 à segunda. Os números equivalem a 27% das vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com a gestão a vacina protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e é aplicada em um esquema de duas doses (D1 e D2), com intervalo de três meses entre elas. Crianças infectadas com a dengue devem aguardar seis meses, após a recuperação, para iniciar o esquema vacinal. Caso a criança contraia a doença após a D1, o intervalo de três meses para a D2 não é alterado, porém, a D2 não deve ocorrer em um período inferior a 30 dias do início da doença.
Por Hyago Felix (estagiário sob supervisão de editores)
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