Chinesas BYD e GWM são alvo de investigação no Brasil por concorrência desleal

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) planeja montar uma investigação contra as montadoras chinesas BYD e Great Wall Motors (GWM), que atuam no Brasil, sob as suspeitas de vendas de veículos fabricados no exterior abaixo do custo de mercado.

A prática que beneficiaria as montadoras chinesas é vista como competição desleal. As informações foram divulgadas pelo site Just Auto, especializado no setor automotivo.

Conhecida como antidumping, a prática ocorre quando um produto é vendido a um preço inferior ao praticado em seu país de origem, prejudicando empresas locais. Se comprovada por meio de investigação, a Anfavea deve fundamentar um pedido formal ao governo, que por sua vez pode aplicar sobretaxas para equilibrar a concorrência.

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A União Europeia adotou medidas semelhantes contra montadoras chinesas no final de 2024, o que pode servir de precedente para uma ação brasileira.

Principais alvos da denúncia de antidumping

Nos últimos anos, a BYD e a Great Wall Motors (GWM), aumentaram a presença no Brasil e devem inaugurar fábricas no país ainda este ano. A BYD vendeu 76,8 mil veículos eletrificados em 2024, enquanto a GWM comercializou 29,2 mil unidades, juntas representando 60% das importações de modelos eletrificados.

Segundo publicação do Globo na última segunda-feira (27), outras montadoras chinesas — como Neta, GAC e Omoda/Jaecoo — planejam atuar no Brasil entre 2026 e 2030. De acordo com a Anfavea, a China foi responsável por 10% das importações brasileiras de veículos entre janeiro e novembro de 2023 (com 32.180 unidades), percentual que subiu para 26% em 2024 (105.763).

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Providências sobre a prática no país

A Anfavea, que representa 25 montadoras de diversas regiões, incluindo Estados Unidos, Europa, Japão e Coreia do Sul, defende a imposição de tarifas adicionais para conter o avanço das marcas chinesas. O setor teme que a crescente participação das montadoras chinesas impacte a indústria nacional e desequilibre a concorrência.

A instituição planeja aumentar o imposto de importação para 35%, com o objetivo de estimular as montadoras já instaladas no país, com investimento de R$ 150 bilhões até 2030.

Segundo o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, a investigação, que deve ser encaminhada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) visa “proteger clientes, empregados, empresas, fabricantes e a indústria de autopeças” e, além dos veículos de transporte de passageiros, deve incluir caminhões, ônibus e máquinas agrícolas.

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Posicionamento de BYD e GWM

Tanto a BYD quanto a GWM negam qualquer prática irregular em relação à atuação comercial no Brasil. A BYD destacou seu compromisso com o desenvolvimento da indústria automotiva nacional e afirmou que, por décadas, foi negligenciada pelas montadas tradicionais. Já a GWM reforça que segue estritamente as normas brasileiras e internacionais de comércio exterior.

A BYD é alvo de outra polêmica no Brasil. No final de dezembro, a construção de sua fábrica na Bahia foi suspensa após denúncias de condições de trabalho irregulares e análogos à escravidão. A empresa rompeu contrato com a empreiteira envolvida e reafirmou seu compromisso com o cumprimento das normas trabalhistas brasileiras.

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