Os primeiros dias de mandato de Donald Trump seguem cercados de dúvidas sobre quais serão as políticas do Republicano em vários setores, incluindo o mercado imobiliário. Nos últimos anos, os investidores brasileiros se consolidaram entre os estrangeiros que mais compraram imóveis no país, em especial na Flórida.
Segundo o relatório “Perfil de Transações Residenciais Internacionais de 2023 na Flórida”, os brasileiros ocuparam a terceira posição entre os estrangeiros que mais compraram imóveis no estado, atrás apenas de canadenses e colombianos.
Em termos de valor investido, ficaram na segunda posição, movimentando US$ 1,451 bilhão, um crescimento de 200% em relação aos US$ 486 milhões registrados em 2022.
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Expectativas do mercado imobiliário no novo governo Trump
O cenário de aumento nos investimentos de empresários brasileiros no mercado imobiliário norte-americano reforça a tendência de diversificação de investimentos e proteção patrimonial.
O empresário Flávio Rodrigo Marçal, que posui negócios em Winter Garden, na Flórida, acredita que o novo governo impactará positivamente o setor. “Historicamente, o primeiro ano de governo é otimista. Trump focará em eficiência da máquina pública e cortes de gastos, que devem retornar à economia em forma de redução de impostos, impulsionando o setor”, analisa.
Durante o primeiro mandato, Trump adotou políticas como incentivos fiscais que impulsionaram alguns setores, incluindo o imobiliário. O empresário destacou ainda, que, o potencial para simplificar regulações no mercado imobiliário, cria um ambiente favorável para projetos sólidos.
Para o empresário Antônio Clementino Rezende dos Santos, engenheiro da construção civil de Belém do Pará, o novo governo pode ser um catalisador de oportunidades.
“Nossa perspectiva é extremamente positiva. Como empresário, admiro profundamente a sua capacidade de gestão e acredito que ele aplicará sua visão estratégica na administração de um país tão relevante como os Estados Unidos”, afirma Rezende.
Taxas de juros e inflação em jogo
Na última quarta-feira (29), o Federal Reserve optou por manter os juros dos Estados Unidos inalterados, no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
A política monetária norte-americana será determinante para o mercado imobiliário nos EUA, que é altamente dependente do crédito. Se o Fed adotar uma postura mais rígida no combate à inflação, os juros podem permanecer elevados, encarecendo financiamentos e impactando o setor.
“O impacto das taxas de juros vai além do custo de financiamento; ele redefine o apetite por investimentos e a valorização dos ativos”, explica Thiago Davila, sócio da Davila Finance.
Já o especialista Leandro Sobrinho ressalta que investidores devem buscar diversificação e dolarização de seus portfólios como estratégia de proteção. “Investir nos EUA permite blindagem patrimonial contra oscilações cambiais”, aponta.
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Rezende reforça essa visão. “Acredito que cortes fiscais e incentivos econômicos são fatores importantes para a valorização dos ativos de qualquer investidor. Com sua mentalidade empresarial, Trump tem o potencial de reposicionar os Estados Unidos como o país de oportunidades e segurança que todos buscam para investir”, afirma.
A Flórida segue como destino estratégico
A Flórida mantém seu atrativo para investidores internacionais, devido à sua crescente valorização imobiliária e isenção de imposto de renda estadual. Em Miami, o valor médio dos imóveis de luxo ultrapassa US$ 1,3 milhão, enquanto em Orlando, há opções a partir de US$ 450 mil, favorecendo a diversificação de investimentos.
Para Marçal, a solidez do mercado seguirá garantindo bons retornos. “A valorização histórica deve continuar, e a chave para o sucesso é escolher projetos com histórico positivo e desempenho consistente”, afirma.
Perspectivas para o mercado imobiliário em 2025
Com políticas voltadas ao fortalecimento da economia americana, o mercado imobiliário da Flórida promete um ano dinâmico. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de equilíbrio entre estímulos econômicos e controle fiscal.
Rezende conclui com otimismo: “Estamos confiantes e preparados para continuar investindo nos EUA, um país que escolhemos como nossa segunda casa.”
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