Delação: defesa de Cid pede ao STF investigação sobre vazamento

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu nessa quarta-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação sobre o vazamento da íntegra do primeiro depoimento de Cid na colaboração premiada dele com a Polícia Federal (PF). O depoimento, que embasou a primeira parte da delação do militar, foi obtido pelo colunista Elio Gaspari, da Folha de S.Paulo, e publicado na íntegra no sábado (25).
O documento mostra que o tenente-coronel detalhou grupos que faziam pressão para convencer Bolsonaro dar um golpe de Estado, incluindo os nomes de Michelle e Eduardo Bolsonaro entre os mais radicais.

“Tal vazamento ocorreu de forma criminosa, colocando em risco não só o colaborador e sua família, mas também a tranquilidade do andamento processual numa causa tão sensível e de interesse de todo o país. Assim, Excelência, medidas devem ser tomadas para se averiguar quem providenciou a quebra do sigilo do mencionado depoimento”, cita a defesa de Mauro Cid ao Supremo.

O depoimento do tenente-coronel citou nove das 40 pessoas que acabaram sendo indiciadas pela PF sob suspeita de participação na tentativa de golpe de Estado após a vitória de Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022, quando derrotou Bolsonaro.

A delação premiada de Cid com a PF foi homologada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, em setembro de 2023. O primeiro depoimento no âmbito da colaboração impulsionou o inquérito do golpe, mas foi complementado nos meses seguintes, avançando inclusive sobre a participação do general Braga Netto.

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