Nesta quinta-feira (22), o dólar fechou em forte alta, subindo 1,98%, a R$ 5,59. A moeda americana chegou a tocar a máxima de R$ 5,5955 durante o pregão, o que leva o ganho acumulado na semana para 2,24%.
O movimento foi influenciado principalmente pelo fortalecimento global do dólar, aumento nas taxas dos Treasuries nos Estados Unidos e sinais de incerteza no Banco Central brasileiro.
Influência dos fatores externos
O fortalecimento do dólar no cenário global foi impulsionado por novos dados econômicos dos Estados Unidos e declarações cautelosas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que sugerem uma possível moderação nos cortes de juros americanos.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas fortes, voltou a subir, ultrapassando os 101,500 pontos. Já a taxa da T-note de 2 anos, título do Tesouro dos EUA, superou 4%, indicando uma expectativa de juros mais altos.
Impacto no mercado brasileiro
No Brasil, o real teve o pior desempenho entre as moedas emergentes e de países exportadores de commodities, superando a barreira psicológica e técnica de R$ 5,55 logo na primeira hora de negociações.
A volatilidade foi exacerbada pela percepção de dissenso dentro do Banco Central brasileiro sobre a condução da taxa Selic. Declarações divergentes entre o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, aumentaram as incertezas no mercado, afetando negativamente a moeda brasileira.
Comunicações internas do Banco Central
Internamente, o Banco Central brasileiro mostrou sinais de falta de consenso sobre o futuro da política monetária. Enquanto Galípolo sugeriu uma possível alta da Selic, Campos Neto adotou um tom mais cauteloso, alertando para o excesso de expectativas sobre o aumento dos juros.
Essa falta de alinhamento nas comunicações gerou desconforto entre investidores, que agora estão mais atentos às próximas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e suas implicações para o mercado.
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