Protestos violentos são realizados na República do Congo

A polícia da República Democrática do Congo (RDC) usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes na capital, Kinshasa, nesta terça-feira (28), após uma série de ataques a embaixadas estrangeiras. Os protestos foram desencadeados pelo avanço dos rebeldes do M23, grupo apoiado por Ruanda, que tomou a cidade de Goma, no leste do país, agravando a crise humanitária na região.

De acordo fontes ouvidas por autoridades, as embaixadas da França, Estados Unidos, Ruanda, Uganda e Quênia foram alvos dos manifestantes. As representações diplomáticas da Bélgica e da Holanda também foram atacadas, conforme confirmaram o governo holandês e a agência de notícias estatal belga.

A embaixada francesa chegou a ser incendiada brevemente, mas as chamas foram controladas, segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, que se manifestou sobre o incidente na rede social X. Testemunhas relataram que a embaixada do Quênia também foi alvo de ataques, enquanto a de Uganda foi saqueada.

Os protestos se espalharam por Kinshasa, com manifestantes queimando pneus e enfrentando a polícia, que usou gás lacrimogêneo para conter a violência. O ministro das Comunicações do Congo, Patrick Muyaya, pediu calma à população e afirmou, mais tarde, que a situação estava sob controle.

A insurgência liderada pelo M23, grupo formado por tutsis étnicos e apoiado por Ruanda, intensificou-se nos últimos meses. Na segunda-feira (27), os rebeldes avançaram até Goma, capital da província de Kivu do Norte, levando centenas de milhares de pessoas a fugirem de suas casas.

O grupo alega que o governo congolês não cumpriu um acordo de paz, que previa a integração dos tutsis congoleses ao Exército e ao governo. Desde o início de 2025, o M23 tem expandido seu controle sobre novos territórios, incluindo a região de Rubaya, rica em coltan — um minério essencial para a produção de smartphones. Segundo a ONU, os rebeldes geram cerca de US$ 800 mil por mês com a tributação da produção de coltan.

A escalada do conflito levanta preocupações internacionais. A ONU e potências globais temem que a situação possa evoluir para uma guerra regional de grandes proporções, semelhante aos conflitos entre 1996 e 2003, que resultaram na morte de milhões de pessoas, principalmente devido à fome e doenças.

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