O local, que se apresentava como comunidade terapêutica para dependentes químicas, funcionava sem alvará de localização e licença sanitária. Polícia e Secretaria de Ordem Pública resgatam mulheres dopadas em comunidade terapêutica de Magé, RJ
Treze mulheres, com idades entre 22 e 62 anos, que foram resgatadas de uma clínica clandestina em Magé, na Baixada Fluminense, passam nesta terça-feira (28) por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal para detalhar os abusos que sofreram na instituição.
O local, que se apresentava como comunidade terapêutica para dependentes químicas, funcionava sem alvará de localização e licença sanitária.
A operação foi realizada nesta segunda (27) após uma denúncia de uma paciente que conseguiu fugir do local e pedir ajuda para moradores. Uma das vítimas disse que a rotina era de maus-tratos e degradação das mulheres.
“Havia agressão verbal, pressão psicológica e assédio. A psicóloga era online, o psiquiatra cobrava R$ 300 por uma consulta de cinco minutos. Até o cigarro, que custa R$ 7, eles vendiam por R$ 15.”
Ela também relatou como conseguiram denunciar.
“Duas meninas fugiram e pediram socorro. Quando voltaram, apanharam muito. Uma levou tapas no rosto e na cabeça”, relembra a vítima.
Os responsáveis pelo local devem responder por sequestro, cárcere privado, abuso sexual e prática ilegal da medicina. As investigações seguem em andamento.
Prefeitura de Magé, PM e Polícia Civil foram até comunidade terapêutica em Magé
Divulgação/Prefeitura de Magé
Segundo Carlos Alberto, representante da Vigilância Sanitária, a situação era degradante.
“Ela [a clínica] não tinha documento, não tinha alvará de localização, além de encontrar os clientes em total estado de maus-tratos, insalubre.”
O caso foi encaminhado para a 65ª DP (Magé).