O g1 e a TV Globo apuraram que o MPRJ vai investigar se o policial Raphael Pinto fazia a segurança da família do bicheiro Marcelo Simões Mesqueu, o Marcelo Cupim. Imagens mostram o momento em que um policial civil assassina empresário na Barra
Preso pelo homicídio do empresário e assessor parlamentar Marcelo Silva, de 49 anos, o policial civil Raphael Gedeão, 43, residia há menos de 1 ano no Hotel Wyndham, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, onde o crime aconteceu no último domingo (19). A unidade onde ele morava pertence a uma filha do bicheiro Marcelo Simões Mesqueu, o Marcelo Cupim.
O g1 e a TV Globo tiveram acesso ao registro do imóvel. Avaliado em R$ 300 mil, o apartamento está em nome de Fernanda da Cunha Mesqueu. A empresária é uma das filhas do contraventor.
O g1 e a TV Globo apuraram que o MPRJ vai investigar se Raphael Gedeão fazia a segurança da família de Marcelo Cupim. A equipe de reportagem entrou em contato com a defesa do agente. No entanto, não recebeu retorno.
Neste domingo (26), com exclusividade, o g1 e a TV Globo revelaram os vídeos que mostram os momentos anteriores e os seguintes ao assassinato de Marcelo.
O policial civil Raphael Gedeão mora há cerca de seis meses no 1ª andar do Hotel Wyndham
Divulgação
Quem é Marcelo Cupim
Marcelo Cupim é apontado como chefe da contravenção na região da Zona Norte do Rio. Ele foi preso pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), em novembro de 2023.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Cupim foi posto em liberdade em julho do ano passado por determinação da Justiça do RJ. Atualmente, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Cupim foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro obtidos com a exploração de jogos de azar.
Segundo a investigação, Cupim é ligado ao bicheiro Bernardo Bello, um dos principais nomes da contravenção do Rio. Bello está foragido desde março do ano passado.
Marcelo Cupim e Bernardo Belo em festa de réveillon
Reprodução
Em depoimento, segundo uma funcionária do Hotel Wyndham, o policial civil morava no apartamento, que fica no 1º andar do edifício, há cerca de 6 meses.
Testemunhas narraram à polícia que o veículo que impedia a entrada era o de Raphael, policial lotado na Delegacia de Repressão aos Entorpecentes (DRE). Ele não havia atualizado seu cadastro no estabelecimento, e os funcionários não sabiam que aquele carro pertencia ao agente. Por isso, não abriram a cancela da garagem.
Após matar Marcelo, Raphael fugiu. Ele se entregou na terça-feira (21).