Cidade de Patos (PB) tem obras encrencadas com verba de emendas de Motta

Em 2011, durante o primeiro mandato como deputado federal, Hugo Motta, então com 22 anos, destinou uma emenda de R$ 2 milhões ao Orçamento da União de 2012 para a construção do Teatro Municipal de Patos, no sertão paraibano. O prefeito da cidade, reduto eleitoral de Hugo, era o pai dele, Nabor Wanderley, que foi sucedido pela avó materna do deputado, Francisca Motta.

Na época, os três pertenciam ao PMDB. Hoje, são do Republicanos. Os R$ 2 milhões representavam 67% do orçamento total do projeto (R$ 3 milhões). E, 14 anos depois, Motta acumulou experiência e poder. Aos 35 anos, está prestes a ser eleito o mais jovem presidente da história da Câmara dos Deputados.
Patos é de novo governada pelo pai dele (pela quarta vez), e a avó é deputada estadual. O Teatro Municipal não está pronto. A construção foi, por diversas vezes, paralisada e abandonada, por falta de pagamento da Prefeitura às empresas, mandatos interrompidos e irregularidades nas obras, entre outros problemas.

A obra começou de 2013 para 2014, na gestão de Francisca. A avó de Hugo não terminou o mandato. Foi afastada pela Justiça em 2016, a poucos meses de concluí-lo, depois de uma operação em que Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU) investigaram esquemas de corrupção em cidades da região.
Ilanna Motta, mãe de Hugo e filha de Francisca, que era chefe de gabinete da Prefeitura, foi presa na ocasião, e solta após cinco dias. As imputações do MPF contra as duas por esse caso terminariam consideradas improcedentes ou extintas pela Justiça.

O MPF instaurou inquérito para apurar as causas da paralisação das obras e depois arquivou. O Tribunal de Contas da Paraíba (TCE/PB) constatou irregularidades nas obras e encaminhou o caso para o Tribunal de Contas da União (TCU).
Na segunda semana de janeiro deste ano, quando a reportagem esteve em Patos, não havia sinal de obras. O teatro estava cercado por tapumes. Em uma das laterais, uma vizinha colocou farelo de milho para alimentar pombos e cabeças de galinha para cachorros de rua.
Além de ser explorada pelos poucos integrantes da oposição na cidade como exemplo de má gestão e descaso com o dinheiro público, o caso gera chacota e revolta. Procurados pela reportagem, Nabor, Motta e Francisca não quiseram dar entrevista.

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