Petróleo registra perda pelo 5º dia consecutivo com receios sobre a oferta global

Os preços do Petróleo registra perda pelo quinto dia consecutivo, atingindo o menor nível desde 9 de janeiro, à medida que os investidores recalibram as expectativas diante do aumento da produção nos Estados Unidos. A sinalização de que o governo Trump pretende expandir a extração de petróleo e gás tem pressionado o mercado, levando o barril do Brent a cair para US$ 79,00, enquanto o WTI recuou para US$ 75,44 nesta quarta-feira (22).

O movimento negativo reflete o crescente temor de um excesso de oferta global caso os EUA intensifiquem suas operações de perfuração, cenário que pode impactar severamente o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado internacional de petróleo.

Cenário atual do mercado de petróleo

Na Intercontinental Exchange (ICE) de Londres, os contratos futuros do petróleo Brent para março caíram 0,36%, negociados a US$ 79,00 o barril. Já os contratos do West Texas Intermediate (WTI), negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex), registraram baixa de 0,51%, cotados a US$ 75,44 o barril.

Especialistas indicam que o petróleo registra perda em meio às incertezas sobre as políticas energéticas dos EUA e suas implicações para a economia global. A promessa do presidente Donald Trump de declarar uma “emergência energética nacional” e acelerar a exploração de novas reservas de petróleo tem levantado preocupações no setor.

Fatores que impactam as cotações do petróleo

Os preços do petróleo estão em queda devido a uma série de fatores que incluem:

  1. Aumento da produção nos EUA
    • A administração Trump sinalizou uma política de expansão agressiva da perfuração, sob o lema “drill, baby, drill”. Esse movimento deve resultar em uma oferta abundante de petróleo no mercado, pressionando os preços para baixo.
  2. Acordos geopolíticos no Oriente Médio
    • O recente cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas reduziu as tensões na região, trazendo alívio ao mercado e contribuindo para a tendência de queda do petróleo.
  3. Dólar em desvalorização
    • A queda do dólar, que fechou em R$ 5,94, o menor nível em dois meses, contribui para a volatilidade do mercado de commodities, incluindo o petróleo.
  4. Mudanças nas sanções contra a Rússia
    • A atenção do mercado de petróleo está lentamente se afastando das sanções dos EUA contra a Rússia e voltando-se para a política comercial do governo Trump.

Segundo analistas do ING, o setor energético enfrenta novas ameaças devido ao possível aumento das tarifas sobre importações de petróleo, o que pode impactar as margens de lucro das refinarias norte-americanas e gerar um efeito cascata sobre os preços globais.

Perspectivas para o mercado de petróleo

Apesar de o Petróleo registra perda sucessiva nos últimos dias, o mercado ainda acompanha com atenção os desdobramentos das políticas de Donald Trump, que podem afetar a estabilidade da commodity no longo prazo.

A expectativa é que, caso os EUA implementem medidas agressivas de produção, o mercado entre em um novo ciclo de baixa, o que pode favorecer economias dependentes de importação, como a China e a Índia, mas pressionar países exportadores como Brasil, Arábia Saudita e Rússia.

O aumento da oferta também deve impactar os investimentos em energia renovável, uma vez que preços mais baixos do petróleo tornam alternativas sustentáveis menos competitivas.

Conclusão

O petróleo registra perda pelo quinto dia seguido, refletindo as incertezas e preocupações do mercado sobre o impacto das políticas energéticas dos EUA. Com o Brent abaixo de US$ 80, o mercado segue atento aos desdobramentos da posse de Trump e à política de produção norte-americana.

Enquanto investidores ajustam suas expectativas, o cenário de oferta abundante continua a pressionar os preços da commodity, sugerindo que novas quedas podem ocorrer caso não haja mudanças significativas nos fundamentos de mercado.

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