Donald Trump tomou posse nessa segunda-feira (20) como o 47º presidente dos Estados Unidos, país que descreveu no discurso como pobre, fraco economicamente, infestado de criminosos e alvo de chacota mundial. Mas prometeu: “o declínio acaba aqui”. Na cerimônia, realizada no Capitólio dos EUA, Trump classificou a segunda eleição dele como uma nova revolução americana e uma nova era de liberdade.
“Reverteremos de forma total e completa a terrível traição que aconteceu”, disse, em possível referência ao discurso dele de que a classe operária americana foi abandonada pelas elites. “Devolveremos ao povo sua fé, sua riqueza, sua democracia e, de fato, sua liberdade. A era de ouro da América começa agora”, declarou Trump em fala repleta de ataques indiretos ao antecessor, Joe Biden, presente à cerimônia.
Para o novo presidente, os EUA sob o governo do democrata foram incapazes de proteger os cidadãos americanos por se concentrar demais em guerras estrangeiras. Trump não citou Israel ou a Ucrânia, países mais beneficiados com auxílio militar durante o governo Biden. “Temos um governo que dá verbas ilimitadas em defesa de fronteiras estrangeiras, mas se recusa a defender fronteiras americanas ou, mais importante, seu próprio povo”, afirmou Trump, eleito com discurso isolacionista.
Falando sobre o tema mais explorado na campanha eleitoral, Trump disse na primeira fala como presidente que vai declarar emergência nacional na fronteira com o México para combater a imigração ilegal, prometendo utilizar as Forças Armadas para repelir o que voltou a chamar de invasão. “Todas as entradas ilegais serão interrompidas e vamos começar o processo de enviar de volta milhões de criminosos de volta para seus países de origem”, prometeu.
“Daqui em diante, nosso país vai florescer e ser respeitado em todo o mundo. Não permitiremos que tirem vantagem de nós novamente. Em todos os dias do meu governo, colocarei os EUA em primeiro lugar. Aquele que desejam interromper nossa causa tentaram me aprisionar e até mesmo tirar minha vida”, disse, relembrando a tentativa de assassinato que sofreu durante a campanha e o que sempre chamou de caça às bruxas em referência às acusações pelas quais responde na Justiça.
“Mas minha vida foi salva por uma razão. Fui salvo por Deus para que eu pudesse tornar a América grande novamente”, destacou, sob fortes aplausos, ecoando o principal slogan de campanha. “Não esqueceremos nossa Constituição e não esqueceremos nosso Deus. Voltaremos a ser o país da indústria e temos algo que nenhum país jamais terá: as maiores reservas de gás e petróleo do mundo, e nós vamos usá-las”, enfatizou, prometendo derrubar medidas de combate à mudança climática tomadas por seu antecessor.
O republicano também prometeu “acabar com a censura e restaurar a livre expressão” nos EUA. A liberdade de expressão que ele promete em geral se refere à desregulamentação do mercado das big techs.
O presidente prometeu ainda “reerguer o sonho americano” às custas de tarifas sobre bens estrangeiros. “Em vez de cobrar impostos de nossos cidadãos para enriquecer outros países, vamos criar tarifas e taxas para que outros países enriqueçam nossos cidadãos.”
Deportação
Ele anunciou uma série de decretos que endurecem a fiscalização de migrantes e determinam o fim de ações sobre diversidade. O republicano sempre deixou claro que pretende deportar o máximo possível de migrantes em situação irregular, algo que ele diz ser necessário após travessias recordes no governo Biden.
“Acabarei com a prática de pegar e soltar e enviarei tropas para a fronteira sul para repelir a desastrosa invasão do nosso país. Todas as entradas ilegais serão interrompidas e iniciaremos o processo de devolução de milhões e milhões de estrangeiros criminosos aos locais de onde vieram.”
Gênero
Outro decreto anunciado determina que o Governo americano reconheça apenas duas categorias de gênero: feminino e masculino. Segundo um funcionário da Casa Branca, o republicano também determinará cortes em programas de diversidade, equidade e inclusão.
Como parte das ordens executivas, fundos federais não serão usados para promover “ideologia de gênero”. Também não financiará procedimentos médicos de transição de gênero.
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