Informações constantes em dois dos cinco boletins epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa-CE) sobre febre oropouche apontam que Capistrano e Baturité foram as cidades mais recentes a diagnosticarem a doença. O documento da pasta divulgado no dia 19 do mês passado, o primeiro sobre oropouche, mostra Pacoti, Palmácia, Aratuba, Redenção e Mulungu como os primeiros a confirmarem casos no Estado. Desde então são cerca de 30 dias, período em que Capistrano e Baturité passaram a integrar o rol.
São ao todo 143 registros de diagnóstico segundo a Sesa, que pontua que os casos se concentram no Maciço de Baturité, embora a região não seja considerada endêmica para a febre oropouche. O caso suspeito de uma morte fetal em uma mulher de 40 anos e 34 semanas de gestação confirmado no início deste mês segue em análise, afirma a secretaria. O primeiro caso no Ceará foi confirmado pela pasta em 21 de junho de 2024. Segundo o registro, trata-se de um homem de 53 anos, residente na zona rural, em Pacoti.
Conforme a Sesa, um monitoramento semanal vem sendo realizado referente aos casos. “A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) realiza o monitoramento semanal dos casos de febre do Oropouche e está atenta às variações de tendência (comportamento clínico-epidemiológico da doença, indicadores de gravidade e atividade do vetor) para compreender melhor o cenário da doença, considerando o risco a saúde da população. Até o momento, não há indicação de uma ameaça iminente à saúde pública”, diz a pasta no mais recente relatório.
Maior percentual
Segundo os dados do mesmo boletim, o maior percentual foi nas Semanas Epidemiológicas (SEs) 29 e 31, com 38,4%, ou seja, 55 dos 143 casos de oropouche no Ceará. Ainda de acordo com a pasta, das 143 confirmações, 55,9% (80/143) são do sexo masculino entre 5 e 80 anos. Ordem cronológica Segundo a ordem cronológica de casos confirmados por data do início dos sintomas, semana epidemiológica e município de residência, Pacoti e Palmácia formam as primeiras cidades a registrarem casos da doença.
Capistrano e Baturité aparecem somente nas SEs 30 a 32, sendo as últimas a registarem casos de oropouche até a divulgação do boletim. Sintomas e confirmações Entre os sintomas clássicos de oropouche, a maioria dos pacientes apresentou quadro febril, na maioria das vezes acompanhada de dor muscular e de cabeça – no entanto, somente sintomas leves, sem agravamento do quadro. A princípio, a doença seguiu os padrões de casos suspeitos de dengue. Conforme a pasta, para que seja possível a detecção da partícula viral, é necessário que o paciente realize o teste logo na fase aguda da doença, ou seja, do 1º ao 5º dia do início dos sintomas, pois é nesse período que ocorre a replicação viral em maior intensidade.
A Sesa também informou que até a data de divulgação do boletim, que foi no último dia 19 de agosto, o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen-CE), cadastrou 19.147 amostras para realização do diagnóstico laboratorial por meio do teste de Biologia Molecular (RT-qPCR) dos casos suspeitos de arboviroses, de 158 municípios do Estado, onde “das amostras liberadas pelo Lacen-CE, 82,8% (15.847/19.147) tiveram os seguintes resultados: detecção do vírus DENV em 291 amostras oriundas de 46 municípios, o OROV foi isolado em 143 amostras distribuídas em sete municípios e o município de Fortaleza tem circulação simultânea dos vírus CHIKV e DENV. O vírus DENV se destaca com o maior número de amostras com detecção, 68,7% (291/435) em relação aos demais arbovírus com circulação no estado”.
(Por Dalila Lima)
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