O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, encerrou o ano de 2024 com um aumento acumulado de 4,92% na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), superando a média nacional de 4,83%. Apesar disso, o índice de dezembro, que registrou alta de 0,65%, mostrou desaceleração em relação ao mesmo mês de 2023, quando foi de 0,83%.
Destaques
Durante 2024, os índices de inflação na RMF permaneceram acima da média nacional na maior parte dos meses, com exceção de abril. Os setores que mais pressionaram o IPCA local foram Transportes, com alta de 1,78%, e Alimentação e Bebidas, que subiram 1,17%. Destaque para itens como passagens aéreas, que tiveram aumento de 7,68%, e transporte por aplicativos, com alta expressiva de 17,13%. Na alimentação, a alta de 1,45% nos itens consumidos em casa também contribuiu para o avanço do índice.
Por outro lado, alguns setores apresentaram variações negativas, aliviando parcialmente a inflação na região. O grupo de Habitação caiu 0,4%, influenciado pela redução de 1,56% no subgrupo Combustíveis e Energia. Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais registrou queda de 0,31%, puxada por reduções em produtos farmacêuticos (-0,15%) e cuidados pessoais (-1,12%).
Perspectivas
para 2025
Na avaliação do economista Helder Cavalcante, com a inflação acima da média nacional em 2024, o desafio para 2025 será conter as pressões sobre itens essenciais, como transporte e alimentação, que têm forte impacto na vida das famílias. Medidas de incentivo à competitividade e eficiência no fornecimento de serviços podem ajudar a aliviar os custos para os consumidores da região. “O comportamento da inflação em Fortaleza segue alinhado com dinâmicas regionais específicas, como maior pressão sobre serviços e alimentação devido à estrutura de consumo local. A inflação acima da média nacional indica que a RMF enfrentou desafios particulares, como custos mais elevados de transporte e alimentação, que têm maior peso nos índices locais. O aumento de preços em setores como transporte por aplicativos e alimentação reduz o poder de compra das famílias, especialmente as de menor renda, que destinam uma parte significativa de seus orçamentos a esses itens. Além disso, o custo mais elevado em Fortaleza em comparação com a média nacional pode impactar negativamente a competitividade da região, tanto em termos de atração de investimentos quanto na capacidade de exportar produtos locais a preços competitivos.”
Nacional
No cenário nacional, a inflação fechou dezembro com variação de 0,52%, ficando 0,13 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,39%). Frente a dezembro de 2023, a variação foi de 0,56%. No ano, o IPCA fechou com alta acumulada de 4,83%. Com exceção do grupo Habitação (-0,56%), os demais grupos de produtos e serviços tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,18%) e o maior impacto (0,25 p.p.) foram observados do grupo Alimentação e bebidas, seguido por Transportes, com alta de 0,67% e 0,14 p.p. O grupo Vestuário (1,14%) teve a segunda maior variação em dezembro, após recuar 0,12% em novembro.
No ano, as maiores variações foram em:
Alimentação no Domicílio: 8,1%
Taxa de Água e Esgoto: 8,05%
Passagens Aéreas: -13,85%
Transporte por Aplicativos: 11,66%
Produtos Farmacêuticos: 9,53%
Planos de Saúde: 7,84%
Educação: 7,94%
Fonte: IBGE
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