A falsa produtividade, também chamada de fauxductivity, tem ganhado espaço como um dos grandes desafios do ambiente corporativo moderno. Esse fenômeno não é apenas um comportamento isolado, mas o reflexo de culturas empresariais que valorizam a presença constante e o “estar ocupado” em vez da entrega de resultados reais. Estudos recentes revelam que 48% dos gerentes afirmam que simular trabalho é uma prática comum nas suas equipes, enquanto 37% dos próprios líderes e 38% dos executivos de alto escalão também admitem recorrer a essas estratégias.
Mas o que, de fato, caracteriza a falsa produtividade? São comportamentos como a utilização de ferramentas digitais para atividades que apenas aparentam ser úteis, o status “online” mantido sem atividade real e a participação em reuniões sem objetivos claros. Essas ações refletem uma cultura que prioriza a quantidade de horas trabalhadas, ignorando a qualidade das entregas. O resultado é alarmante: níveis crescentes de ansiedade, sobrecarga emocional e, paradoxalmente, queda na produtividade real.
A pressão constante para que o colaborador esteja responda mensagens fora do expediente, agrava ainda mais o problema. Pesquisas indicam que mais da metade dos profissionais se sentem obrigados a responder mensagens fora do horário de trabalho, o que impacta diretamente sua saúde emocional e desempenho. Além disso, ambientes que valorizam a aparência de produtividade tornam-se desmotivadores, enfraquecendo o engajamento, a colaboração e o bem-estar geral.
Para combater a falsa produtividade, é indispensável que as lideranças iniciem uma mudança significativa na cultura organizacional. O foco precisa estar em resultados concretos, e não em agendas lotadas ou jornadas intermináveis. Cuidar da saúde emocional dos colaboradores deve ser uma prioridade, promovendo pausas conscientes e incentivando o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Treinamentos de liderança voltados para a definição de metas claras e entregas qualitativas podem transformar o ambiente corporativo, tornando-o mais saudável e eficiente.
A falsa produtividade vai além de ser apenas uma ilusão; ela desmotiva, promove o tédio e retira o propósito do trabalho. Reconhecer e enfrentar esse problema não é apenas uma questão de economia empresarial, mas também de respeito e valorização do capital humano. A verdadeira produtividade não está em parecer ocupado, mas em realizar tarefas que tenham propósito e impacto.
Vamos refletir e sucesso!
PEDRO PAULO MORALES
GRADUADO EM GESTÃO, ESPECIALISTA EM CONTROLADORIA
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