Causou polêmica a declaração de Mark Zuckerberg, o bilionário proprietário da Meta, aquela plataforma de redes sociais nas quais o mundo inteiro está conectado e não consegue delas desconectar (Facebook, Instagram e Threads). Noutras palavras, não haverá mais filtros para as postagens feitas em relação a temas sobre imigração, gênero e identidade de gênero associando estas duas últimas a anormalidades ou doenças mentais, notadamente em discursos políticos-religiosos ou seja o que for, porque, para ele, o que importa é a total e absoluta liberdade de expressão.
Algo que, a seu ver, esteve suprimido e deve ser restaurado. Palavrões e xingamentos também estarão valendo. A Meta ainda será condescendente com temas relacionados a terrorismo, exploração sexual de menores, drogas, dentre outros, por ela considerados de alta gravidade. Quem aguentar a pancada, permanece no ringue. Nos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, será assim a partir de agora.
No Brasil, as declarações de Mark Zuckerberg causaram impacto sobre a rediscussão quanto à lei do Marco Civil da Internet e a responsabilização dos provedores quanto aos danos causados por postagens feitas por terceiros. O Palácio do Planalto se reuniu para discutir sobre o assunto. O STF, também. Segmentos da sociedade civil que serão impactados com essa decisão também se organizam para saber como deverão proceder.
O assunto é polêmico e, por isso mesmo, deverá ser amplamente discutido pelo poder público, instituições e sociedade civil. Entretanto, o que mais chama a atenção é o fato de que, por meio de um simples comando no sistema operacional de uma empresa, o mundo inteiro será impactado, governos ficarão ainda mais poderosos, outros, simplesmente ruirão, empresas serão eliminadas e outras ascenderão, pessoas … ah, as pessoas, isso parece ser o que menos importa.
Ninguém discute a importância da internet e das redes sociais na vida das pessoas, promovendo uma mudança radical na vida de seus usuários. Também não se pode desconsiderar que seu bom uso pode proporcionar experiências incríveis. Entretanto, como há gente pra tudo, existem aqueles que as usam para atrair seguidores, ficar famoso, enriquecer, adquirir algum poderio, desejo de fazer o mal e, para tanto, ferem, agridem, mentem, falseiam os fatos, movidos pelos propósitos mais escusos ou mesmo, pela simples ausência de propósitos.
Enfim, a meta é a Meta e, dela, ninguém está salvo.
GRECIANNY CORDEIRO
PROMOTORA DE JUSTIÇA
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