Avião explode e deixa pelo menos um morto em Ubatuba (SP)

Um avião de pequeno porte tentou pousar no Aeroporto Estadual de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, ultrapassou a pista e explodiu na praia do Cruzeiro, na manhã dessa quinta-feira (9). O piloto da aeronave morreu. O Ministério Público de São Paulo instaurou procedimento para apurar as circunstâncias que levaram à queda.

O jatinho, que decolou do Aeroporto Municipal de Mineiros (GO), transportava quatro passageiros, dois adultos e duas crianças. Todos foram socorridos e levados, inicialmente, para a Santa Casa de Ubatuba. A Prefeitura de Ubatuba havia afirmado que outras três pessoas, que estavam em uma pista de skate na região, tinham ficado feridas, mas depois corrigiu a informação e afirmou que apenas uma mulher tinha sido atendida, com uma torção no pé.
A morte do piloto, identificado como Paulo Seghetto, que havia ficado preso às ferragens, foi confirmada às 11h23 de ontem. Segundo o perfil dele no LinkedIn, ele comandava aeronaves desde 1997 e trabalhou por 12 anos na Passaredo, atual Voepass.

Os passageiros eram Mireylle Fries, uma das donas da aeronave, o marido e dois filhos pequenos, de 4 e 6 anos de idade. Eles estavam em viagem familiar. Mireylle é filha de Milton Fries e Maria Gertrudes Fries. Considerado um dos pioneiros da produção de soja em Mineiros, Milton também foi dono da empresa Real Máquinas, que vende maquinário agrícola. Ele morreu em 2012.

De acordo com o capitão André Elias, porta-voz do Corpo de Bombeiros, no momento do salvamento, o pai estava consciente e a mãe e os filhos estavam desorientados. Após os primeiros socorros, as duas crianças e o pai foram transferidos pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar, para o Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
As crianças e a mãe não correm risco de morte, segundo a capitã Karoline Burunsizian, do Corpo de Bombeiros. Ainda não havia informações sobre o pai, até o fechamento desta edição.
Segundo a Rede Voa, que administra o aeroporto, chovia no momento do acidente, e a pista estava molhada. O avião não teria chegado a tocar a pista, segundo fontes ligadas ao aeroporto ouvidas pela reportagem.

A imagem de uma câmera de monitoramento mostra o jatinho acertar o alambrado da cabeceira 9 do aeroporto, passar pela avenida Guarani, na orla, tocar o solo quando chega a uma praça e explodir até parar no mar na praia do Cruzeiro. No acidente, um poste e um veículo, sem ocupantes, também foram atingidos, segundo testemunhas.

Equipes da Defesa Civil, da Guarda Civil Municipal, da Secretaria de Segurança, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar foram deslocadas para isolar o local do acidente e retirar as vítimas. Moradores e salva-vidas foram os primeiros a tentar alguma forma de socorro, de acordo com Karol Burunsizian, capitã do Grupamento de Bombeiros Marítimo.

Vídeos nas redes sociais mostram alguns desses momentos. Uma gravação feita pela comerciante Aline Rafaiane, que trabalha perto do local do acidente, mostra um homem batendo na fuselagem do jatinho para abri-lo e socorrer as pessoas. “Fiquei triste por ver que não temos material suficiente para o resgate. Uma esmerilhadeira para abrir rápido o avião, por exemplo. Precisamos ter um suporte maior nos carros de bombeiros e resgate”, disse ela.

“Não ouvi barulho, mas vi a fumaça. Uma vez enroscou a faixa de propaganda de um avião no mesmo lugar, mas nada comparável com esse acidente”, afirmou Aline. Uma menina foi retirada e amparada por um morador enquanto outras pessoas comemoravam o resgate na faixa de areia.
A aeronave é um Cessna Citation 525 CJ1, fabricado em 2008, com capacidade para sete pessoas, de prefixo PR-GFS. Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro, o jatinho é compartilhado pela família Fries. A data de compra registrada é novembro de 2020.

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