Nesta terça-feira (20) ocorreu o primeiro debate entre os dois únicos candidatos à Prefeitura de Barbalha. Apadrinhados por Camilo Santana (PT) e Capitão Wagner (União Brasil), respectivamente, Guilherme Saraiva (PT) e Antônio Neto (PSDB) estiveram frente a frente em um embate marcado pela troca de farpas.
O debate foi organizado pelo jornal O Povo, sendo mediado pelo jornalista Luciano Cesário e durou cerca de 1 hora.
No primeiro momento, os candidatos responderam a uma pergunta sobre a destinação correta dos resíduos sólidos do município, ação vinculada desde 2021 pelo Consórcio Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Cariri (Comares). O atual prefeito, Guilherme, afirmou que o município na sua gestão vem cumprindo com as novas medidas federais acerca do assunto, participando do Consórcio.
Oposição, Antônio Neto disse que discordava de algumas medidas de artigos do Consórcio, como a imposição de uma Taxa do Lixo. O candidato do PSDB afirmou que iria discutir para acabar com a tributação caso eleito, apresentando um discurso semelhante ao de seu padrinho político em Fortaleza, Capitão Wagner.
No segundo bloco do debate, em modelo de confronto direto com tema livre, os adversários iniciaram um momento de trocas de farpas que foi se intensificando ao longo da discussão. Na primeira rodada do bloco, Antônio Neto falou sobre um suposto desvio milionário envolvendo conhecidos do atual gestor em uma fábrica farmacêutica, questionando sobre um asfaltamento que Guilherme teria feito na propriedade desta própria empresa. O petista lamentou o questionamento e passou a exaltar feitos de sua gestão, iniciada em 2020. “Uma pena que, neste debate, não se discuta propostas, e seja um debate de acusação”, comentou Saraiva.
Ao longo da discussão, Neto bateu bastante na tecla da precarização da cidade, afirmando que a população pobre sofria com o serviço público de saúde e os funcionários públicos, principalmente professores, não eram valorizados pela gestão do petista. Em resposta, o prefeito relatou que valorizou os profissionais por meio do pagamento de precatórios, medida que a gestão do adversário não teria feito: “A gestão que o senhor faz parte, a ‘gestão de Bolsonaro”, não conseguiu, não quis pagar o precatório”.
O aliado de Camilo Santana buscou, por diversas vezes, associar o adversário ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de se vincular, sempre que possível, ao atual líder do Ministério da Educação (MEC) e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, nas considerações finais, Neto alegou que o “bolsonarista” era na verdade o candidato do PT. “Ajeite essa estrela que está na lapela porque está caindo. Você que é o bolsonarista que está aqui camuflado, porque agora está querendo ser prefeito de Barbalha pelo PT”, discorreu.
Entenda a situação
O candidato da situação, Guilherme Saraiva, concorre à reeleição após vencer Argemiro Sampaio (PSDB), que era o então prefeito da cidade, nas eleições de 2020. Na época, o médico era do Partido Democrático Trabalhista (PDT), mas no começo deste ano se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT), onde tem Camilo Santana, atual ministro da Educação, e Elmano de Freitas (PT), governador do Estado, como fortes aliados. Seu vice é Everton Siqueira (PT), e sua coligação é formada pelas Federações PT/PCdoB e PV e Psol/Rede, e os partidos PSB, PP, MDB, Republicanos e DC.
Antônio Neto é o candidato escolhido pelo ex-prefeito Argemiro Sampaio, que teve mandato de 2017 a 2020 e perdeu justamente para Guilherme. O engenheiro civil também recebe o apoio de Rommel Feijó, ex-prefeito da cidade nos mandatos de 1989 a 1992 e 2005 a 2008. O vice escolhido foi o advogado Joseilson Fernandes (União Brasil). A coligação de Neto é formada por PSDB, PL, União Brasil, PDT, Cidadania, PRD e Agir.
(Por Caio Salgueiro)
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