O Bradesco manteve a projeção de que a taxa Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) ficará em 10,5% ao ano tanto em 2024 quanto em 2025. Entretanto, o banco revisou suas estimativas para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A previsão de inflação para 2024 subiu de 4,1% para 4,3%, enquanto a de 2025 foi ajustada de 3,4% para 3,7%.
Essa revisão foi justificada pelo economista-chefe do banco, Fernando Honorato, como um reflexo da depreciação do real, que pressionou os preços na economia.
A depreciação cambial ocorre quando o valor da moeda nacional cai em relação a outras moedas, como o dólar, o que pode encarecer produtos importados e, consequentemente, aumentar a inflação.
Impacto do Banco Central e do Real
Honorato destacou que o Banco Central tem se esforçado para reafirmar o compromisso com a meta de inflação de 3% ao ano, o que poderia abrir espaço tanto para a manutenção quanto para uma eventual elevação da Selic.
A Selic é uma ferramenta usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a Selic para tentar frear o aumento dos preços.
O economista também mencionou que, apesar da depreciação do Real, o cenário ainda permite que a Selic seja mantida nos 10,5% ao ano.
Honorato ressaltou que o governo vem fazendo declarações sobre a política fiscal que, combinadas com fatores externos, poderiam resultar na valorização da moeda nos próximos meses.
Opções fiscais e crescimento do PIB
O Bradesco também abordou as opções que o governo tem para controlar as despesas públicas em 2024 – Segundo o banco, há três caminhos possíveis: contingenciar despesas, aumentar receitas para cumprir a meta fiscal, ou solicitar ao Congresso a alteração da meta. Para o banco, as duas primeiras opções são compatíveis com a manutenção da Selic no patamar atual.
As projeções do Bradesco para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 2025 foram mantidas em 2,3% e 1,5%, respectivamente. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é usado como um indicador do desempenho econômico.
Déficit em conta corrente
Outro ponto importante foi a revisão da previsão para o déficit em conta corrente. O déficit em conta corrente é um indicador que mostra se o país está importando mais do que exportando, ou se está recebendo menos investimentos externos.
Para 2024, a estimativa foi aumentada de 0,8% para 1,6% do PIB, e para 2025, de 0,8% para 1,3%.
Imagem: Gabriel Monteiro
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