Câmbio: Dólar atinge R$ 5,70 impactado pelas contas públicas

O dólar acelerou nesta sexta-feira (18), fechando em alta de 0,69%, cotado a R$ 5,70. O real teve o pior desempenho entre as moedas de países emergentes, refletindo as preocupações dos investidores com as contas públicas do Brasil.

Apesar da desvalorização do dólar frente a moedas de economias desenvolvidas, a divisa americana se fortaleceu contra moedas de emergentes e países exportadores de commodities. A queda no preço do petróleo e as incertezas sobre o crescimento da economia chinesa aumentaram a pressão.

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Desempenho da moeda americana

Na máxima do dia, o dólar à vista chegou a atingir R$ 5,7029. Com o fechamento, a divisa acumulou alta de 1,49% na semana e de 4,62% no mês. Nos contratos futuros para novembro, o dólar avançou 0,71%, a R$ 5,70.

O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de moedas fortes, fechou em queda de 0,32%, a 103,493 pontos. A queda ocorreu em meio ao recuo dos juros dos Treasuries, títulos da dívida do governo americano que servem como referência no mercado.

Impacto da queda do petróleo

A pressão sobre o real também foi impulsionada pela queda no preço das commodities, que afetam diretamente países exportadores, como o Brasil. O preço do petróleo WTI recuou 2%, a US$ 68,69 por barril. O Brent também fechou em queda de 1,87%, a US$ 73,06. Ambas as referências acumularam perdas de cerca de 8% na semana.

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Riscos na economia chinesa

Apesar de dados positivos da China e novos estímulos anunciados pelo governo chinês no início do pregão, o mercado continua preocupado com a desaceleração do crescimento do país.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 4,6% no terceiro trimestre, abaixo dos 4,7% do trimestre anterior, o menor ritmo em um ano e meio. O risco de deflação e a necessidade de novos estímulos fiscais em Pequim mantêm os investidores cautelosos.

Incertezas fiscais no Brasil

Internamente, as contas públicas seguem como o principal fator de atenção dos investidores. Durante a tarde, o mercado acompanhou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o programa de crédito Acredita, mas sem menções à revisão de gastos.

O cenário fiscal brasileiro continua pressionado pelo aumento dos juros, que impacta negativamente as projeções de arrecadação e dificulta a redução do déficit. A falta de clareza sobre as soluções para o problema fiscal torna o Brasil menos atrativo aos olhos dos investidores, segundo economistas.

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