A última semana começou com as bolsas globais despencando (12% no Japão e 3% nos EUA), especialmente pelo aumento de juros no Japão e pelo dados do payroll (relatório de empregos) nos Estados Unidos, mas passou por uma mudança de ares que levou a Bolsa brasileira para os 130 mil pontos.
Durante a semana, novos dados do mercado de trabalho nos EUA (de auxílio-desemprego) indicaram que o país pode evitar uma recessão, alterando novamente as expectativas para as próximas decisões de juros do Federal Reserve (Fed) e contribuindo para o otimismo generalizado.
Com isso, as bolsas norte-americanas, que haviam caído 3% na segunda, praticamente zeraram as perdas. O S&P 500, índice que contém as 500 maiores do mundo, fechou em leve queda de 0,04%.
A confiança dos investidores alimentou o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fazendo ele subir 3,78% na semana e atingir os 130 mil pontos, algo que não acontecia desde fevereiro. O dólar caiu 3,87%, maior queda semanal desde março de 2023.
Expectativas para os cortes de juros
Com a iminência de uma recessão, o mercado havia mudado suas apostas para o tamanho do corte de juros em setembro. Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, a expectativa do mercado para um corte de 0,5 pp (ponto percentual) subiram 84%, na última segunda-feira (5).
Os novos dados de auxílio-desemprego recalibraram as expectativas para um corte de 0,25 pp, com 54,5% acreditando nesta possibilidade. Entretanto, a disputa se mantém acirrada pela primeira vez, refletindo a incerteza dos investidores.
Próximos eventos macroeconômicos
Nesta semana, os investidores devem ficar atentos a novos dados econômicos importantes, como o PPI (índice de preços ao produtor) e o CPI (índice de preços ao consumidor), principal índice de inflação dos EUA. Além do PIB da Zona do Euro e do Japão.
Balanços
A temporada de balanços corporativos segue movimentando o mercado brasileiro, com empresas como Itaúsa, Nubank, XP e BTG Pactual divulgando seus resultados. Até agora, 65% das empresas já reportaram seus números, com uma média de aumento de receita de 9,4% e crescimento do EBITDA de 17,5%. Apesar disso, o lucro líquido médio sofreu impacto negativo devido à variação cambial.
Veja o podcast
Na série “Perspectivas da Semana” o sócio da Wise Investimentos, Sérgio Ricciardi, aprofunda as tendências e eventos que pautarão o mercado financeiro. Toda segunda-feira, no canal do YouTube do Monitor do Mercado.
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