Em terceiro lugar, Sarto é o primeiro prefeito a não conseguir a reeleição em Fortaleza

Como já apontavam as últimas pesquisas eleitorais, o prefeito José Sarto (PDT) não conseguiu passar para o segundo turno das eleições municipais deste ano. Ele ficou em terceiro lugar na votação deste domingo (6), com 11,75% dos votos. Com o resultado, o gestor se torna o primeiro a não conseguir se reeleger ao Poder Executivo da Capital, desde que a reeleição foi aprovada no Brasil, em 1997.
Sarto ficou atrás de André Fernandes – PL (40,20%) e de Evando Leitão – PT (34,33%) e à frente de Capitão Wagner – União (11,40%) e dos demais cinco concorrentes no primeiro turno. O prefeito não compareceu ao comitê de campanha e nem enviou nota até a publicação desta reportagem. O gestor era apoiado pelo ex-prefeito Roberto Cláudio e pelo ex-governador Ciro Gomes, os principais expoentes do PDT, após a saída de alguns nomes por conta do racha com o PT.

O professor Clésio Arruda, doutor em Sociologia, fez uma avaliação dos aspectos que levaram ao resultado. Um deles foi o racha entre PDT e PT. “É preciso considerar que Sarto chegou ao Poder Executivo municipal numa eleição em que, no primeiro turno, teve uma votação lastreada pela boa avaliação de seu antecessor, Roberto Cláudio, que entrou de cabeça na campanha; no segundo turno, vence com votos dos petistas. Vale lembrar que as duas legendas vinham de uma aliança de longo prazo”, afirma Clésio Arruda sobre a eleição do atual prefeito em 2019.

Sobre a campanha deste ano, o professor ressalta que as críticas feitas pelos adversários repercutiram entre os eleitores. “Primeira crítica, a de que Sarto concentrou esforços na Beira Mar e não realizou obras na periferia e, principalmente, que as ações da Prefeitura de obras de infraestrutura só passaram a acontecer próximo às eleições. Segunda crítica, a da taxa de lixo, que Sarto não conseguiu dar uma resposta convincente sobre a obrigatoriedade da arrecadação e sobre o uso dos recursos arrecadados.”
Outro erro da campanha, na avaliação do doutor em Sociologia, foi procurar construir a imagem de um personagem jovem e descolado. “Este personagem também aparecia como se estivesse concorrendo para um primeiro mandato e não como atual prefeito candidato à reeleição. Numa primeira fase, a campanha só apontava o que desejava implantar. Somente na reta final, passou a apresentar resultados alcançados na primeira gestão. O candidato Sarto ficou com uma identidade indefinida e, portanto, que não transmitiu firmeza de propósito”, analisa.

Além disso, teve o racha dentro do próprio partido. “A briga interna no PDT foi também um fator que causou fragilidade, pois o partido perdeu um número significativo de deputados e a principal liderança, o senador Cid Gomes”, avalia Clésio Arruda, professor da Unifor e da Unichristus.
(Por Francisco José Rosa)

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