A ex-governadora Izolda Cela (PSB) recebeu 47,58% dos votos válidos, nesse domingo (6), e perdeu a disputa em Sobral (Região Norte) para o único concorrente, o deputado estadual Oscar Rodrigues (União), que teve 52,42%. Foi uma derrota para a família Ferreira Gomes, que comanda a cidade há quase três décadas.
Izolda era apoiada pelo prefeito Ivo Ferreira Gomes (PSB) e pelos senadores Cid Gomes (PSB) e Camilo Santana (PT). Ela era do PDT e foi o primeiro nome a sair do partido quando houve o racha com o PT. Ciro Gomes, que não participou da campanha eleitoral na cidade, está rompido politicamente com o irmão Cid e com o PT.
Sobral não tem possibilidade de ter segundo turno, porque possui menos de 200 mil eleitores. Izolda foi secretária de Educação do Ceará de 2007 a 2014, nos governos de Cid Gomes. Depois, foi vice-governadora de 2015 a 2022, quando sucedeu Camilo Santana, que renunciou ao cargo para disputar o Senado.
Izolda tentou ser candidata à reeleição em 2022, mas foi barrada pelo partido à época, o PDT, que optou por Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, como candidato. Em 2023, Izolda assumiu a secretaria-executiva do Ministério da Educação (MEC) e ficou na função até junho deste ano, quando deixou o cargo no MEC, comandado por Camilo Santana.
Izolda é casada com o ex-prefeito de Sobral Veveu Arruda (PT). A coligação reuniu diversos partidos da base aliada do governador Elmano de Freitas (PT), como PSD, Republicanos e PP.
Na oposição, Oscar Rodrigues disputou as eleições de 2020 em Sobral, quando perdeu para Ivo Gomes. O candidato do União foi apoiador do governo Jair Bolsonaro (PL). Oscar Rodrigues tem, em Sobral, apoios do PL e do MDB, partido comandado no Ceará pelo deputado federal Eunício Oliveira, adversário dos Gomes, além do PRD.
Natural de Sobral, Oscar Rodrigues é chanceler e fundador do Centro Universitário Inta (Uninta) e tem três graduações: Ciências Contábeis, Teologia e Ciências, segundo o perfil dele no site da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Ele é pai de seis filhos, entre eles, dois políticos: o deputado federal Moses Rodrigues e o vice-prefeito de Umirim, Judson Rodrigues.
Atuou como professor na rede estadual de ensino e na Polícia Civil. Depois, foi aprovado para a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), na qual lecionou durante 25 anos nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia e Ciências.
Em 1998, passou para a iniciativa privada, implantando a primeira Escola de Ensino Supletivo de Ensino Fundamental e Médio do interior do Ceará. Ao mesmo tempo, passa a atuar na construção civil. Na área política, foi filiado ao PSB e ao MDB, chegando a presidir o diretório municipal do partido em Sobral.
Ontem, Moses Rodrigues (União) foi detido por policiais e conduzido à Delegacia de Sobral, ontem. O parlamentar recebeu voz de prisão de um promotor eleitoral por causar aglomeração em frente à uma escola que funciona como local de votação, o que é proibido pela legislação eleitoral.
Em imagens que circulam pela internet, é possível ver Moses recusando ser algemado e afirmando que vai até a Delegacia no próprio carro. Alguns apoiadores acusam os policiais de “abuso de autoridade”. Moses prestou esclarecimentos na sede do Fórum Eleitoral. Ele foi ao local no próprio veículo, como pediu, sendo escoltado pela Polícia Federal, e liberado depois.
“Quero agradecer ao povo de Sobral, por apoiar esse projeto com muita serenidade e seriedade. Todos os compromissos que assumimos serão mantidos, pois queremos fazer uma gestão diferente. A oligarquia acabou na cidade de Sobral. Há uma grande vontade de mudança das pessoas”, disse ao explicar a confusão.
O período eleitoral em Sobral foi marcado pelos episódios de violência. Em um dos episódios, Veveu Arruda levou uma rasteira durante ato de campanha da esposa, Izolda Cela. Ela foi alvo de ameaças de morte por parte de um homem com antecedentes criminais e membros da campanha da candidata também foram intimidados, chegando a ser alvo de ataques com rojões. Um suspeito de ameaçar a candidata foi preso.
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