Sorte lançada

Ao final de mais uma das mais acirradas campanhas para a Prefeitura de Fortaleza, nunca dá para resistir em explorar mais uma vez, a frase do general romano Júlio César, “Alea jacta est” (a sorte está lançada), ao invadir as Gálias. Só que, no caso, a atual invasão se constituiu num triunfo arrasador. Aqui, os que batalham pelo comando da cidade são vários, mas com quatro deles em destaque depois de trocas de posições nas pesquisas eleitorais, o que não colocou como favorito Evandro (PT), André (PL), Wagner (UB) ou Sarto (PDT). Desse modo, ficam os eleitores e analistas na expectativa de um corre-corre pelos votos no último dia e nas últimas horas da campanha. Com isso, amplia-se a responsabilidade dos coordenadores de campanha, assim como de candidatos à Câmara Municipal, dos quais dependem, e muito, os disputantes pelo Legislativo. Na campanha aconteceram momentos de baixo nível por conta de má orientação de coordenadores, assim como por iniciativa de certos candidatos. Com isso, mais se perde do que se ganha. Por outro lado, houve pontos altos daqueles que em vez de denegrir adversários, optaram por expor o que fizeram pela sociedade. Campanha eleitoral deve ser educativa e sem expressões de baixo nível, que somente diverte quem vê a política como espetáculo de humor, de mau gosto ou baixaria. Como em qualquer campanha de valores, em política vence sempre quem erra menos.

De olho na Mesa. Conversas mais ou menos sussurrantes dos últimos dias antes do sumiço dos deputados para o interior, partidos e seus representes já se mostram de olho na nova eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Sabendo-se das reais possibilidades de o presidente Evandro sair para a Prefeitura de Fortaleza, o mesmo não se pode dizer em relação ao vice-presidente Fernando Santana, que ainda disputa a palmo a palmo a eleição em Juazeiro do Norte.

Zebra ameaça o PT. Se padre Cícero não lhe der a vitória, Santana poderá assumir “pro-tempore”, a presidência da Assembleia Legislativa até fevereiro quando a nova Mesa Diretora será eleita sob a influência das eleições. Caso esse partido vença em Fortaleza ele poderá permanecer no cargo como consolo. Mas se der zebra os petistas terão que se reorganizar a partir da presidência do Legislativo que passará a exigir a oxigenação do seu organismo interno, abolindo-se o critério de compensar derrotados.
Reformulação é prioridade. O resultado do pleito eleitoral determinará o fim da política de corriola que atendia a vontade dos afilhados do poder, optando por prevalecer o mérito de deputados mais experientes. Na marcha dos acontecimentos estão na linha de frente os deputados Salmito Filho, Sérgio Aguiar e o falastrão De Assis Diniz, entendidos como os mais capazes para sustentar o resultado das urnas com autoridade. No PT há quem afirme que mudanças virão com vitória ou derrota. Se o bolsonarismo fincar âncora na prefeitura de Fortaleza, o PT do Ceará terá diretrizes de prioridade nacional. É o que se diz em Brasília.
Sistema prisional. Na visão do senador Cid Gomes é do maior objetivo o envio pela AGU ao STF, de uma proposta para implantação ampla de melhorias do Sistema Prisional do país. O Legislativo “dançou” em mais essa. Com a matéria devendo ser aprovada ainda este ano no STF, o Governo Federal terá três anos para a sua execução.
Orçamento secreto. Está sendo difícil até para o STF, a resolução do “abacaxi” do orçamento secreto. Nesse sentido, o ministro Flávio Dino, do STF, tem usado de toda a sua experiência diplomática para não quebrar “cristais,” tentando administrar uma solução harmônica, convocando Audiências de Conciliação entre as partes. Enquanto os deputados só pensam nisso, o governo detesta e quer a distância do problemão.
Falando sério. No final da campanha para a Prefeitura da Capital cearense, o Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção do Ceará, ofereceu aos candidatos valiosas propostas para a readaptação urbana da cidade, tema não apresentado por nenhum deles. Em carta-aberta, o documento mostra caminhos para uma transformação sustentável de uma cidade que sofre a ausência de pensadores. Mas promessas demagógicas não faltaram.
ENEL sem panes. Na eleição municipal em todo o Estado não haverá panes, conforme assegura o gerente geral de energia da ENEL, engenheiro Francisco Queiroz. Para isso, ele anuncia grande reforço nas equipes de técnicos e eletricistas. Trata-se de medida visando garantir o funcionamento de todas as urnas eletrônicas feitas em boa hora.

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