Ministros do G20 pedem mudança na narrativa de que adaptação climática é cara

Em reunião nessa quinta-feira (3), no Rio de Janeiro, os ministros da área do Meio Ambiente do G20 (grupo das maiores economias do mundo) firmaram acordo em que se comprometem a promover transformação na maneira com que o tema da adaptação climática é tratado. No texto, afirmaram que vão trabalhar juntos para “mudar a narrativa de que medidas de adaptação climática são caras demais e que concorrem com as prioridades de desenvolvimento para uma [narrativa] em que a adaptação seja um ingrediente central do desenvolvimento social e econômico”.
O documento também elogia a iniciativa brasileira de propor o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), novo mecanismo que financiaria países que conservam suas florestas tropicais. “Incentivamos mecanismos inovadores que buscam mobilizar fontes novas e diversificadas de financiamento para pagar por serviços ecossistêmicos”, cita o acordo, acrescentando que o TFFF é “uma ferramenta inovadora para a conservação florestal”.

A declaração ministerial será encaminhada aos chefes de Estado e de governo, que se reunirão na Cúpula da Presidência do G20, em novembro deste ano. O texto divulgado ontem incentiva, ainda, que ações relacionadas à conservação dos oceanos e zonas costeiras sejam incluídas nas novas metas climáticas dos países signatários do Acordo de Paris.
Até fevereiro de 2025, eles devem elaborar objetivos mais ambiciosos que os atuais e apresentá-los à ONU. A inclusão do tema dos oceanos nas metas climáticas era uma das propostas defendidas pela presidência brasileira à frente do G20.

O texto também cita a importância de que esse foco seja adotado em estratégias de preservação da biodiversidade. Outra frente abordada é a da gestão de resíduos e da economia circular, em que é destacado o processo de estabelecimento de um novo painel intergovernamental político e científico para tratar da gestão de produtos químicos e prevenir a poluição.

Na abertura da reunião, a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, chamou atenção para a escalada de conflitos ao redor do mundo e o impacto que eles têm nas negociações ambientais e climáticas. “Além de vitimarem populações inocentes e civis, cujos direitos humanos mais elementares são violados, [esses episódios] prejudicam o contexto propício à colaboração entre os países em diversas frentes”, disse.

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