Febraban vai avaliar impacto das “bets” no consumidor

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está considerando propor ao governo a criação de uma força-tarefa para investigar o impacto das apostas virtuais na renda das famílias brasileiras. O objetivo é avaliar de forma abrangente as consequências financeiras e sociais dessas atividades, reunindo representantes do governo, setor produtivo e instituições financeiras. Segundo Isaac Sidney, presidente da Febraban, o grupo também incluiria órgãos voltados à defesa do consumidor, prevenção à lavagem de dinheiro e programas sociais, como o Bolsa Família.

A discussão sobre o impacto das apostas online tem ganhado relevância, principalmente pelo aumento do endividamento das famílias associado a essas atividades. Durante uma reunião recente entre a Febraban e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o foco esteve nas preocupações com o superendividamento e na saúde financeira das famílias. Embora nenhuma decisão concreta tenha sido tomada, Sidney ressaltou a necessidade de implementar medidas preventivas até que a regulamentação definitiva das apostas entre em vigor, prevista para janeiro de 2024.
Entre as propostas emergenciais, Sidney defendeu a suspensão temporária do Pix como meio de pagamento para apostas online. Embora a proposta de suspender o uso do Pix seja uma posição pessoal do presidente da Febraban, o tema já foi discutido várias vezes entre os bancos, que buscam alternativas para mitigar o impacto financeiro das apostas. Além disso, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) já antecipou a proibição do uso de cartões de crédito para esse fim, medida que entrou em vigor de forma imediata, embora o Pix continue sendo o meio predominante de pagamento nas apostas, correspondendo a até 99% das transações.

“Enquanto não há uma regulamentação que autorize todas as empresas de apostas online, que haja um freio. Esse freio passa por algumas medidas emergenciais. Temos defendido que os meios instantâneos de pagamento, como o Pix, possam ser temporariamente suspensos para a realização de apostas”, disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Nesta quarta, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) antecipou a proibição do cartão de crédito para pagar apostas virtuais. Inicialmente prevista para 1º de janeiro, a medida passa a valer instantaneamente, sendo implementada pelas bandeiras de cartões.
Os cartões de crédito, no entanto, correspondem apenas a uma pequena parte das transferências para as bets. Quase todos os pagamentos são feitos por Pix. As estimativas variam. A Abecs calcula em 99% a predominância do Pix nas apostas virtuais. Na semana passada, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, estimou em 85% a 90%.

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