O setor público consolidado (que envolve governo central, estados, municípios e estatais) do Brasil registrou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto deste ano. O resultado representa uma melhora em relação ao déficit de R$ 22,8 bilhões no mesmo mês do ano passado.
No Governo Central, o déficit foi de R$ 22,3 bilhões, enquanto os governos regionais e estatais apresentaram superávits de R$ 435 milhões e R$ 469 milhões, respectivamente.
No acumulado de doze meses, o déficit público alcançou R$ 256,3 bilhões, representando 2,26% do PIB, uma leve queda em relação aos 2,29% registrados até julho.
Juros nominais e impacto no déficit público
Os juros nominais do setor público somaram R$ 69 bilhões em agosto, uma redução em comparação aos R$ 83,7 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. A melhora foi influenciada pelo resultado positivo nas operações de swap cambial, que geraram um ganho de R$ 1,7 bilhão em agosto de 2024, em contraposição à perda de R$ 10,5 bilhões no mesmo período do ano anterior.
No acumulado dos últimos 12 meses, os juros nominais chegaram a R$ 855 bilhões, ou 7,55% do PIB, um aumento significativo em relação aos 6,49% registrados nos doze meses até agosto de 2023.
Somando o déficit primário e os juros nominais, o déficit nominal do setor público consolidado foi de R$ 90,4 bilhões em agosto. No acumulado de doze meses, o déficit nominal chegou a R$ 1,11 trilhão, representando 9,81% do PIB, uma leve melhora em relação aos 10,01% do PIB acumulados até julho de 2024.
Dívida líquida e bruta em relação ao PIB
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 62% do Produto Interno Bruto (PIB), chegando a R$ 7 trilhões em agosto, com um aumento de 0,2 pontos percentuais em relação a julho.
Esse crescimento foi impulsionado pelos juros nominais (+0,6 p.p.) e pelo déficit primário (+0,2 p.p.). No acumulado do ano, a DLSP cresceu 1,1 pontos percentuais, refletindo o impacto dos juros nominais (+5,3 p.p.) e do déficit primário, parcialmente compensados pelo crescimento do PIB nominal (-2,5 p.p.).
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, atingiu 78,5% do PIB (R$ 8,9 trilhões) em agosto, também com um aumento de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o crescimento de 4,1 p.p. do PIB foi impulsionado principalmente pela incorporação de juros nominais (+5,1 p.p.) e pela emissão líquida de dívida (+1,3 p.p.).
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