Fertilidade pode ficar comprometida com câncer de útero

Tumores oncológicos podem afetar a capacidade reprodutiva, mas há estratégias que podem preservá-la

Foto: Freepik

O câncer de colo de útero é um dos tipos da doença que mais afetam as mulheres do país.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no triênio 2023-2025, são esperados mais de 17 mil novos diagnósticos, representando 15,38 casos a cada 100 mil brasileiras. 

Os tumores oncológicos trazem uma preocupação a mais para as mulheres em idade reprodutiva, sobretudo, aquelas que têm a vontade de gestar.

Além de precisarem lidar com a enfermidade, há a incerteza se o tratamento irá comprometer a fertilidade.

Segundo especialistas, há, de fato, uma relação entre a fertilidade e o câncer, mas existem abordagens que podem ser utilizadas durante o tratamento da doença para minimizar os riscos de comprometimento da capacidade reprodutiva. 

De qualquer forma, a orientação é para que a mulher, ao perceber os sintomas do câncer de colo do útero, procure o ginecologista para uma avaliação.

Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances de cura e melhor a qualidade de vida da paciente durante o tratamento, como explica o Inca.

Entre os principais sinais da doença estão o sangramento vaginal após a relação sexual, manchas e sangramentos entre as menstruações e fluxo menstrual intenso, segundo informações do Ministério da Saúde.

Como, inicialmente, a doença pode ser assintomática, a recomendação é manter a regularidade das consultas e exames ginecológicos.

Tipo de tratamento pode comprometer a fertilidade 

Conforme explica a Sociedade Brasileira de Oncologia (SBO), a presença de um câncer pode comprometer a fertilidade da mulher, conforme o tratamento adotado para a cura da doença, que pode trazer impactos temporários ou permanentes. 

O método cirúrgico, bastante utilizado para remover o tumor localizado em órgãos reprodutivos, pode, em alguns casos, impossibilitar a gravidez. No tratamento do câncer de colo do útero, a SBO explica que a histerectomia é um dos procedimentos que afetam a fertilidade, já que o cirurgião faz a remoção do útero. A ooforectomia, método utilizado em alguns tipos de câncer de ovário, realiza a remoção de um ou dos dois ovários e, por isso, também pode impossibilitar a gestação. 

A quimioterapia é um dos tratamentos mais comuns em pacientes com câncer e, conforme a SBO, também pode comprometer o funcionamento dos órgãos reprodutivos, dependendo dos medicamentos usados e das doses administradas. Além disso, há uma relação com a faixa etária da paciente, pois mulheres tratadas com quimioterapia após os 35 anos têm menos chances de gestar após o tratamento.

Outro método de tratamento comum em casos de câncer é a radioterapia. Segundo a SBO, o procedimento, quando realizado no abdômen ou na pelve, danifica diretamente os ovários e compromete a capacidade reprodutiva. 

O mesmo ocorre quando a radioterapia é feita no cérebro, pois a irradiação na glândula pituitária, que é ligada à produção de hormônios ovarianos, tende a diminuir a fertilidade.

Já em relação aos tratamentos com hormonioterapia, terapia alvo ou imunoterapia, a SBO informa que faltam estudos que apontem os impactos na vida reprodutiva. 

Como preservar a fertilidade durante o tratamento 

Ainda de acordo com a SBO, há estratégias para preservar a fertilidade das pacientes com câncer, considerando o tipo, o tamanho e a localização do tumor, assim como as condições de saúde da mulher.

Na maioria dos casos, é indicada a criopreservação de oócitos, popularmente conhecida como “congelamento de óvulos”. 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que os planos de saúde custeiem os gastos associados a esse procedimento para pacientes oncológicos.

A recomendação é congelar os gametas femininos antes de iniciar o tratamento e, após receber alta, recorrer a serviços de ginecologia e técnicas de reprodução assistida. 

Em entrevista à imprensa, o cirurgião oncológico Fábio Roberto Fin, explica que, quando o diagnóstico do câncer de útero é feito em estágio inicial, pode ser feita a retirada apenas da parte inicial do colo uterino, conforme a localização do tumor, por meio de procedimentos como conização e traquelectomia.

Essa prática deixa a paciente com o colo mais curto, mas garante que o útero fique preservado.

Ao engravidar posteriormente, a mulher deve se precaver com a utilização de uma proteção contra o parto prematuro, com um procedimento chamado cerclagem, como informa o especialista.

O procedimento consiste na inserção de um fio que “amarra” o colo do útero, impedindo sua dilatação antes do tempo.  

Fin explica que existe um risco aumentado de dificuldades para engravidar em mulheres que passaram pelo tratamento da doença, mas que é possível recorrer a tratamentos como inseminação intra-uterina (IIU).

A SBO recomenda que, após o término do tratamento oncológico, as pacientes aguardem um período entre seis e dois anos para engravidar.

A orientação é válida para as mulheres que pretendem tentar de forma natural ou realizar algum tratamento, por conta do risco do câncer recidivar. —

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