O dólar fechou em queda de 1,02%, a R$ 5,51, nesta segunda-feira (16), menor valor desde 27 de agosto. A queda foi impulsionada pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed), inicie um ciclo de corte de juros na próxima quarta-feira (18). O real, uma das moedas que mais se beneficia em momentos de apetite ao risco, apresentou o melhor desempenho entre as principais divisas globais.
Aposta no corte de juros do Fed e alta na Selic
A expectativa do mercado é de que o Fed promova um corte de 50 pontos-base na taxa básica de juros, o que reforça a atratividade de operações de “carry trade”. Nesse tipo de operação, investidores tomam empréstimos em países com juros baixos e aplicam em países com taxas mais altas, como o Brasil, onde a taxa Selic permanece elevada.
No mesmo dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro também deverá decidir sobre a Selic, e o mercado aposta em uma alta de pelo menos 0,25 ponto porcentual. Esse cenário criaria um diferencial de juros ainda maior entre o Brasil e os EUA, aumentando o fluxo de capital estrangeiro para o país e valorizando o real.
Revisões de projeções econômicas
O Bradesco revisou suas projeções para a Selic, estimando que a taxa básica de juros encerrará 2024 em 11,25%, com um novo ciclo de afrouxamento monetário ao longo de 2025, quando a Selic cairia para 10,50%. A projeção para o câmbio no final de 2023 foi alterada de R$ 5,30 para R$ 5,40, enquanto a expectativa para o final de 2025 foi mantida em R$ 5,10.
Segundo o banco, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, com os americanos cortando suas taxas em até 2 pontos porcentuais até o fim de 2025, pode favorecer uma apreciação do real.
Risco fiscal no Brasil
O cenário internacional se sobrepôs às preocupações com o quadro fiscal doméstico, que ganharam destaque com a autorização do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a liberação de crédito extraordinário destinado ao combate às queimadas. Esse gasto não será contabilizado no teto de gastos, o que gera temor de uma contabilidade paralela.
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