Os mercados globais operam sem direção definida nesta sexta-feira (13), enquanto os investidores aguardam as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, e do Banco do Japão (BoJ), na próxima semana.
A “Superquarta”, como é chamada no mercado financeiro, traz a expectativa de possíveis cortes de juros nos EUA e ajustes nas taxas japonesas, fatores que podem influenciar significativamente os mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Cenário internacional
As principais bolsas internacionais apresentam níveis de oscilações. Nos Estados Unidos, o futuro do índice S&P 500 avança 0,2%, enquanto o Stoxx 600, que reúne empresas da Europa, sobe 0,5%. O índice FTSE 100 do Reino Unido tem alta de 0,2%.
Já os mercados asiáticos mostraram resultados mistos, com o Nikkei 225 do Japão caindo 0,7%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,7%.
No mercado de commodities, o petróleo WTI registra alta de 1,2%, sendo negociado a US$ 69,79 o barril. A mineração de ferro, no entanto, retirou 1,9% em Singapura, para US$ 92,95 por tonelada.
Expectativas para os juros nos EUA e Japão
Os investidores estão atentos às decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Japão. No caso do Fed, o mercado está dividido entre um corte de 0,25 ou 0,5 ponto percentual nos juros.
Dados recentes de emprego nos EUA indicam uma possível desaceleração econômica, alimentando as expectativas de um corte mais agressivo, que poderia realizar ações de risco, especialmente em economias emergentes.
No Japão, o Banco Central deve manter sua política monetária ultraacomodatícia, mas possíveis ajustes nas taxas de juros são monitorados de perto pelos investidores globais, já que o país enfrenta pressões inflacionárias.
Cenário nacional
Enquanto nos EUA espera-se um corte nos juros, no Brasil, a expectativa é de uma nova alta na taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na quarta-feira (18) e deve elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, como forma de controlar a inflação persistente no país.
Esse movimento duplo — corte nos EUA e alto no Brasil — poderá impactar a atratividade dos ativos brasileiros, especialmente os de renda fixa, que tendem a se valorizar em um cenário de juros mais altos.
Petrobras e Vale em destaque
No cenário corporativo brasileiro, as ações da Petrobras seguem sob pressão. Apesar da alta de 2% no preço do petróleo, impulsionada pela tempestade Francine no Golfo do México, as ações da estatal recuaram 1,1%. A queda está relacionada a fatores internos da companhia, como desafios operacionais e geopolíticos, que limitam seus ganhos.
Já a Vale apresentou alta de 0,9%, acompanhando a valorização da mineração de ferro no mercado internacional, que subiu 2,5%. No entanto, o desempenho da mineradora não foi suficiente para sustentar o Ibovespa, que acumulou queda de 0,4% nesta semana, zerando os ganhos de 2024.
Agenda econômica: IBC-Br e dados dos EUA
Hoje, às 9h, o Banco Central divulgou o IBC-Br de julho, uma prévia do PIB brasileiro. A expectativa do mercado é de queda de 1,00% na comparação mensal, mas uma alta de 4,00% na comparação anual. O índice serve como uma referência importante para medir o ritmo da economia brasileira.
Nos Estados Unidos, às 11h, será divulgado o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que traz novas pistas sobre o comportamento da maior economia do mundo.
Projeções para a próxima semana
A próxima semana começa com um feriado na China e traz dados importantes como as vendas no varejo e a produção industrial dos EUA na terça-feira (17), além da decisão do Banco do Japão na quinta-feira (19).
Esses eventos devem trazer volatilidade aos mercados globais e impactar diretamente o fluxo de capital nas economias emergentes.
Empresas
Nos Estados Unidos, como as ações da Boeing caíram 3,85% no pré-mercado de Nova York, autoridades da empresa votaram a favor de uma greve que pode paralisar as operações na área de Seattle, onde são fabricados aviões comerciais. O impacto no fornecimento de aeronaves pode afetar o setor de aviação global.
No setor de tecnologia, a OpenAI lançou seu novo modelo de inteligência artificial, o GPT-01, capaz de resolver problemas complexos em áreas como matemática, ciência e programação, o que pode contribuir para a competitividade da empresa no mercado de IA.
Imagem: Canva
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