Paraíso das anistias

O Congresso Nacional vem cometendo atos capazes de comprometer toda a sua existência, assim como anular todos os seus grandes atos em defesa da democracia. No caso da Câmara dos Deputados, pode-se sempre ter em mente o que advertia o deputado Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara: “Ali, existem 75% de empresários que só pensam nas empresas, pouco importando se são eleitos com fraudes e agressões à Lei”. Agora mesmo, aquele parlamento, vem se aplicando em defender matérias que só contribuem para o achincalhamento popular ao que aprovam. A começar pela vergonhosa anistia, dispensando bilhões de multas a eles aplicados pela Justiça Eleitoral. No momento, a atitude mais revoltante é a tentativa de anistiar mais de um milhar de desordeiros que destruíram o patrimônio e os prédios dos Três Poderes em Brasília. Bolsonaro e seus asseclas insistem em que o STF está condenando brasileiros “que defendem a democracia”. O pior, não é a aprovação de tais absurdos, mas, a irresponsabilidade com que se criam motivos para que a sociedade descreia cada vez mais naquele Poder.

Virada em Pacatuba?. A notícia mais quente do momento seria uma grande revirada no município de Pacatuba, onde o prefeito Rafael está reagindo com força aos avanços do “pelotão” do prefeito de Maracanaú. Maior liderança da Região Metropolitana de Fortaleza, Roberto Pessoa avança com seu carisma pessoal conquistando novos territórios para ampliar a sua força.

É estratégia. Não se trata de uma ação de vaidade pessoal. O senhor Roberto Pessoa age estrategicamente para não ficar sufocado pelos avanços do senador Cid Gomes para engordar a aliança PT-PSB que está tomando conta do Ceará atropelando os contrários. Ou amplia a sua tropa ou será consumido pelo crescimento a dos governistas que não respeitam ninguém.
Sobrevivência. Na verdade é uma questão de sobrevivência democrática. Se Roberto Pessoa não reagir à voracidade do senador, correrá o risco de ver minguar a oposição. Cid Gomes sempre foi à eminência parda do irmão Cid. O mais velho era um inflamado tribuno encarregado de convocar as massa com sua potente oratória, e Cid, mais hábil e menos agressivo, vestia o hábito de sacerdote conciliador juntando no farnel do fisiologismo lideranças carentes de apoio do governo.
A ruptura. Em suma, a ruptura ocorrida na família Ferreira Gomes não destruiu a ambição pelo poder. E essa tarefa cabe ao senador, considerado o cérebro das operações de conquistas que assegurou a ele próprio e ao irmão desmamado, o domínio político do Ceará por quase trinta anos. Hoje está conduzindo a volta dos dominadores de antes com o seu aliado das sombras, o PT, que herdou por circunstâncias compulsórias o governo do estado.
É ele. Cid Gomes e o PT são carne e unha. Saiu da sua cabeça em 1996 a aliança que trouxe os petistas para se albergarem na prefeitura de Sobral, palco inicial de uma confraria que trocou pessoas, mas conservou o mesmo rumo para dar continuidade a política que levará os seus integrantes a continuidade do domínio, com uma só diferença: antes ele amparou o PT, e o hoje o PT lhe concede a reciprocidade do amparo.
Arranjos do PSD. Quanto ao senhor Roberto Pessoa é necessário que assuma a interlocução pela legitimidade da democracia. Governo sem opositores é ditadura. Sem Domingos Filho, a alternativa fugiu da luta. O presidente do PSD sempre foi governista e nunca se conformou em ser expelido do grupo do poder pelo senador Cid. Esqueceu mágoas e enrolou a bandeira do PSD em troca de um lugar na chapa de Evandro Leitão para a deputada Gabriela Aguiar, sua filha. Foi o seu preço.
Abalos PDT. Não deverá causar admiração se não acontecer algum tipo de abalo na relação entre o governo de Lula e o PDT nacional. O presidente nacional André Figueiredo, já havia advertido no sentido de que a ação de Lula em Fortaleza, para derrotar o prefeito Sarto, que é pedetista põe em risco o apoio a ele, em nível nacional.
Parceria. Com a formação de valiosa parceria pela Educação no Ceará, o ministro da Educação, Camilo Santana, esgotou-se e teve que hospitalizar-se em São Paulo. Está cancelada a solenidade de assinatura nesta 2ª-feira no Palácio da Abolição, do compromisso para a construção de 55 novas escolas de Tempo Integral.
Demorou, mas falou. Para o deputado José Guimarães (PT) O presidente Lula está na obrigação de chamar para as conversas partidos centristas com ministérios e pomposas diretorias. Não há lógica em beneficiar partidos que não apoiam o Governo. E justamente quando este mais necessita de apoio para temas importantes.

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