O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou uma queda do IGP-10 de 0,22% em abril, revertendo a leve alta de 0,04% observada em março. O dado, divulgado nesta terça-feira (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), confirma o impacto direto da queda nos preços de importantes commodities, como café, arroz e minério de ferro, sobre o comportamento do índice.
Queda do IGP-10 vem abaixo das expectativas do mercado
A queda do IGP-10 ficou levemente acima da expectativa do mercado, que previa recuo de 0,27%. Ainda assim, o índice acumula alta de 8,71% nos últimos 12 meses. Esse resultado é observado em um contexto de redução de pressões inflacionárias no atacado, principalmente no segmento de matérias-primas brutas.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do IGP-10, caiu 0,47% em abril, após ter recuado 0,26% em março. De acordo com Matheus Dias, economista do FGV IBRE, a queda do IGP-10 foi puxada principalmente por commodities como o café em grão, proteínas e minerais metálicos.
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Entre os produtos com maior impacto negativo no IPA estão:
- Minério de ferro: de -2,12% para -3,79%;
- Café em grão: de +5,96% para -2,71%;
- Arroz em casca: de -4,51% para -12,14%.
O segmento de matérias-primas brutas teve deflação de 1,00%, contra queda de 1,36% no mês anterior, refletindo ainda a fragilidade da demanda global por insumos básicos. A combinação da desaceleração das commodities e das políticas monetárias mais restritivas nas principais economias tem imposto limites ao repasse de preços.
Queda do IGP-10 também reflete desaceleração no varejo
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-10, registrou alta de 0,42% em abril, abaixo do 1,03% de março. A queda do IGP-10 também reflete o comportamento mais moderado dos preços ao consumidor.
Destaques da desaceleração no IPC:
- Habitação: de 2,77% para 0,31%;
- Transportes: de 1,03% para 0,39%;
- Alimentação: de 1,31% para 1,06%;
- Tarifa de eletricidade residencial: recuo de 0,74%;
- Arroz: queda de 1,90%.
Outros grupos também contribuíram para a moderação dos preços ao consumidor. Vestuário e comunicação praticamente estabilizaram, enquanto despesas pessoais e educação seguiram com altas discretas. A queda do IGP-10 evidencia um cenário de transição, com menor impacto do consumo e inflação mais controlada.
Construção civil desacelera, mas segue com alta
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), que representa os outros 10% do IGP-10, teve alta de 0,45% em abril, ante 0,43% em março. Apesar do avanço, o ritmo moderado não impediu a queda do IGP-10 no consolidado do mês.
O INCC-10 incorpora os custos com materiais, serviços e mão de obra. Em abril, a principal influência positiva foi o reajuste de salários em algumas categorias profissionais do setor, que tende a ter comportamento sazonal neste período do ano.
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Perspectivas econômicas após a queda do IGP-10
Com a queda do IGP-10, o mercado já começa a revisar as expectativas inflacionárias para o segundo trimestre. Analistas projetam que a desaceleração no IPA possa abrir espaço para cortes adicionais na Selic, desde que outros índices, como o IPCA, também mostrem sinais consistentes de arrefecimento.
A recente volatilidade nos preços das commodities, motivada por conflitos geopolíticos e incertezas no comércio internacional, ainda representa um risco relevante. No entanto, a resiliência da economia brasileira e os avanços no setor agrícola podem amenizar os efeitos adversos.
O IGP-10 calcula a variação dos preços entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, abrangendo preços ao produtor, consumidor e na construção civil. Com a queda do IGP-10 neste mês, o cenário inflacionário parece ganhar fôlego para uma trajetória mais benigna nos próximos ciclos econômicos.
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