Ceará é o quarto estado do Nordeste com mais focos de incêndios no mês de agosto

Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicados no início desta semana apontam que o Ceará é o 4º estado do Nordeste em focos de incêndio em agosto deste ano, com 189 ao todo.

As áreas mais afetadas incluem o Sertão de Crateús, Centro-Sul, Central e uma parte da Região Norte. Cidades como Tauá, Parambu, Crateús, Morada Nova, Boa Viagem e Santa Quitéria estão entre as mais impactadas.

Em 2024, até o momento, há 694 focos de incêndio no Ceará, desses, 189 são no mês de agosto. O número já ultrapassa o total de queimadas dos 12 meses de 2023. No ano passado, o mesmo levantamento apontava 561 focos de incêndio de janeiro a dezembro.

Apesar de ser 4 vezes menor que os números registrados na Bahia, o Estado está acima de Pernambuco, que tem 61 focos; Paraíba, com 32 focos; Rio Grande do Norte, com 27 focos; Alagoas, com 9 focos; e Sergipe, com 7 focos.

No montante de 6 anos, de 2018 a 2024, a quantidade de focos de incêndio é a maior. Tendo destaque também para o ano de 2022, quando o Estado teve o menor número de focos de incêndio na contagem anual, 265 focos.

O documento também apresenta detalhadamente quantos focos de incêndio foram encontrados no estado do Ceará nos períodos mensais de janeiro a setembro. De acordo com o Inpe, o mês com resultados mais críticos no Estado foi em janeiro, com 330 focos na contagem. Seguido pelo mês de agosto, com mais da metade desse número, 189 focos.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), em 2024 foram registrados no Ceará 2048 incêndios em vegetações. O número representa um aumento de 4,70% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram contabilizados 1956 incêndios.

O órgão aponta que a principal causa desses incêndios é a prática ilegal de limpeza de terrenos com fogo. Uma prática que configura crime ambiental conforme a Lei nº 9.605/1998

Situação do Nordeste

Ainda de acordo com o levantamento do Inpe, a região Nordeste ocupa a terceira posição entre as 5 do Brasil com mais focos de incêndio detectados pelo satélite de referência. No acumulado de janeiro ao começo de setembro a região apresenta 16.021 focos.

O número total de focos se equipara ao mesmo período no ano de 2021, que registrou 16.626 focos, maior número em uma contagem de 6 anos, de 2018 a 2024.

O mês de agosto foi o pior resultado entre os meses de 2024 na região Nordeste. foram registrados na somatória dos 9 estados, um total de 5655 focos de incêndio. O resultado aponta uma crescente nos meses de junho e julho, que são respectivamente os meses com 3º e 2º piores resultados anuais. Junho teve 1941 registros, enquanto julho apresentou 3707 ao todo.

Focos de incêndio no Brasil

No mês de agosto de 2024, o Brasil registrou 68.635 queimadas. Este é o pior resultado desde 2010, quando foram registrados 91.085 focos de incêndio.

Em relação aos valores totais apresentados pelo Inpe, o mês apresenta o 5º pior índice desde o início da série de pesquisas, em 1998. O número é um pouco mais do dobro de focos de incêndio no mesmo período se comparado com agosto de 2023, que registrou 28.056 focos, de acordo com o Inpe.

No total anual, 2024 já contabilizou 127.051 queimadas, a maior quantidade em 14 anos. Os estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas são os mais afetados, concentrando 56% dos incêndios no país. Esses estados estão localizados na Amazônia Legal, que abrange 49,7% dos focos de incêndio, além de uma parte do Pantanal, que contribui com 30,9% dos incêndios registrados.

Clima no Ceará favorece incêndios

O Ceará possui características climáticas favoráveis a incêndios florestais, principalmente nos períodos de menos chuva e aumento dos ventos, que ocorrem no segundo semestre do ano, entre setembro e dezembro, de acordo com a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema).

No mês de agosto a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuvas de 0.1 a 50.0 milímetros (mm) em apenas 9 regiões do Ceará.

O Corpo de Bombeiros do Ceará aponta que é possível prevenir os incêndios florestais com medidas simples, como jogar água ou terra no local, após finalizar uma fogueira, por exemplo.

Manter fósforos, velas e isqueiros fora do alcance de crianças também é uma maneira de evitar focos. Outra orientação é capinar a área ao redor, em casos de acender fogueiras, para remover o mato seco. Práticas como essas podem diminuir o risco de faíscas se espalharem e causarem chamas maiores.

Em situações de incêndio, a CBMCE sugere a criação de aceiros. Uma técnica que consiste em remover a vegetação ao redor do fogo, formando uma barreira que impede a propagação das chamas.

Prática criminosa

A legislação brasileira classifica o incêndio em vegetação como um crime ambiental e prevê penalidades para quem causar incêndios em áreas naturais de maneira intencional ou negligente.

A Lei Nº 9.605/1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, estabelece penas de detenção de dois a quatro anos e multa para incêndios em áreas rurais, e reclusão de dois a seis anos, além de multar os causadores de incêndios em áreas urbanas.

Além da Lei de Crimes Ambientais, outras normas, como o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), bem como regulamentações estaduais e municipais, também tratam do tema e definem medidas de prevenção e combate a incêndios florestais.

Tabela: focos de incêndio em agosto no Nordeste

MA 2.892
PI 1.489
BA 949
CE 189
PE 61
PB 32
RN 27
AL 9
SE 7

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