

No editorial, Cicero Araujo faz uma análise instigante sobre o Brasil como último baluarte das práticas neoliberais, apontando para uma ordem que agoniza, mas ainda encontra formas de parasitar o campo democrático, preso à armadilha, já superadas pelo resto do mundo, de ir além desse sistema.
Na sessão de artigos, Luiz Marques apresenta uma visão contundente dos Estados Unidos sob Trump. Georges Flexor e Sergio Pereira Leite discutem os novos dilemas em torno da agricultura, da inflação e da dependência.
Fernando Rugitsky examina o Brasil sob a ótica das metas de inflação e controles de capital, e Jonathan Katz, traduzido por Arthur Hussne, oferece uma reflexão crítica sobre os imigrantes e a prisão de Guantánamo.
No âmbito artístico, Pedro Meira Monteiro apresenta uma leitura cuidadosa das obras da artista Renata Lucas expostas em “Domingo no parque”, exposição em cartaz na Pinacoteca de São Paulo e Ruy Lewgoy Luduvice sugere uma leitura crítica e retrospectiva sobre a produção da artista Flora Leite. Fernando Seliprandy revisita o passado recente, trazendo à tona o legado das anistias e do recente Oscar brasileiro.
O dossiê “Dos trópicos e metrópoles: o Brasil no romance moderno alemão”, organizado por Paulo Soethe, trata das conexões entre literatura brasileira e alemã.
Paulo Soethe abre o dossiê com uma introdução que situa o leitor no complexo universo das influências e trocas culturais, seguida pelos textos de Fernanda Boarin Boechat, que trata de Lola Gabrie, e Sibele Paulino, que aborda Robert Muller.
O texto de Paulo Soethe sobre Döblinenses evidencia a influência da literatura moderna alemã sobre a nossa própria formação literária.
Celeste de Sousa escreve sobre as obras O tigre azul e a trilogia Amazonas, de Alfred Doblin. Por fim, em tradução de Fernanda Boechat e Paulo Soethe, um trecho do texto de Heinrich Mann, Entre as raças.
A seção de resenhas traz uma leitura crítica de Ana Carolina B. Leão Martins sobre o mais recente livro de Gabriel Tupinambá a respeito do desejo de psicanálise na formação dos psicanalistas brasileiros e Pedro Hussak nos apresenta a resenha do livro L’imprevisible rencontre de Dominique Berthet.
A poesia de Arno Holz, na tradução e voz de Simone Homem de Mello, leva a refletir sobre o tempo e a existência com seu poema PHANTASUS, que se desdobra nas “leituras em áudio” que acompanham a publicação.
Agradecemos a todos os artistas que colaboraram com essa edição: Patrícia Baik, Vicente Brasileiro, Kauê Garcia, Renata Lucas, Flora Leite, Rodrigo D’Alcântara e Laila Terra. Boa leitura!
Caderno D1, Laila Terra
Revista Rosa 11 nº1 Editorial
Cicero Araujo Brasil: um baluarte das práticas neoliberais?
Artigos
Luiz Marques Os Estados Unidos de Trump, modelo da distopia contemporânea | Georges Flexor e Sergio Pereira Leite Novos dilemas para um velho problema: agricultura, inflação e dependência | Fernando Rugitsky Refém do antigo consenso – Metas de inflação e controles de capital no Brasil | Jonathan Katz Os piores dos piores | Pedro Meira Monteiro Olha a faca! A arte da atenção imanente em Renata Lucas | Ruy Lewgoy Luduvice Sobre o trabalho da água | Fernando Seliprandy Ainda estou aqui: um Oscar e as anistias, de ontem e de hoje [dossiê] Dos trópicos e metrópoles: o Brasil no romance moderno alemão Paulo Soethe organização | Tâmis Parron edição | Fernanda Boarin Boechat Do (des)enraizamento à emancipação: a trajetória entre mundos de Lola Gabrie | Sibele Paulino e Paulo Soethe O europeu ama Z(o)ana: Imperialismo modernista e o mito da viagem pelos Tróp(ic)os, de Robert Müller | Paulo Soethe Döblinenses: passeio europeu pelas vias do vasto mundo antes de ler Celeste | Celeste Ribeiro de Sousa O tigre azul e a trilogia Amazonas, de Alfred Döblin | Heinrich Mann Trecho de Entre as raças
Resenhas Ana Carolina B. Leão Martins O desejo de psicanálise na formação de psicanalistas brasileiros: leituras de Gabriel Tupinambá | Pedro Hussak Resenha de L’imprevisible rencontre – l’autre, le lieu, l’art, de Dominique Berthet
Poema Arno Holz PHANTASUS “[…éons e éons já ciente de mim…]” Ilustrações Patricia Baik | Vicente Brasileiro | Kauê Garcia | Renata Lucas | Flora Leite | Rodrigo D’Alcântara | Laila Terra Traduções Simone Homem de Mello Arno Holz | Arthur Hussne Jonathan Katz | Fernanda Boarin Boechat e Paulo Soethe Heinrich Mann
revistarosa.com
Prosa Podcast Mckenzie Wark Conversamos com a filósofa no lançamento de Filosofia para aranhas — sobre a baixa teoria de Kathy Acker , coeditado pela Revista Rosa e a editora N-1, no espaço Tarântula, em São Paulo.
Participaram o tradutor do livro Tom Nóbrega, o designer do livro Wallace Masuko, e a comentarista convidada Eduarda Camargo.
Lucas Braga fez a tradução consecutiva. A edição do podcast é de Marcela Vieira, Marcelo Zoppi e Rádio Acúfeno.
A música é de Bruno Palazzo. R Mckenzie Wark é filósofa e escritora trans, professora de mídia e estudos culturais na New School for Social Research, em Nova York.
Seus livros abordam a sociedade contemporânea a partir da cultura digital e das características do capitalismo.
Em parte de sua obra, como é o caso de Filosofia para aranhas , Wark apoia-se em sua própria experiência (o que ela chamará de uma prática “autoficcional”) para explorar assuntos relacionados ao gênero, à sexualidade, à cena queer norte-americana.
ouça aqui
Mckenzie Wark [trad. Tom Nóbrega] Filosofia para aranhas – sobre a baixa teoria de Kathy Acker “Traduzindo em palavras um pouco daquilo em que consistia esse presente: um corpo que escreve é um corpo que fode.
Existem assimetrias peculiares entre os modos pelos quais os corpos podem foder: dominante e submisso, top e bottom, penetrador/a e penetrad/a/o, escritor e leitor, butch e femme, masculino e feminino, trans e cis, e por aí vai.
Essas diferenças acabam passando por dentro e por fora do modo como os corpos escrevem”.
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