
Animal é um molusco pelágico, ou seja, vive em mares abertos. Aparição rara aconteceu na Praia do Guaraú, em Peruíbe (SP). Glaucus atlanticus foi encontrado na Praia do Guaraú, em Peruíbe (SP)
Gemany Caetano
Um dragão azul (Glaucus atlanticus), uma espécie de lesma do mar, foi encontrada morta na praia de Peruíbe, no litoral de São Paulo. O animal que não é encontrado facilmente foi fotografado pela bióloga e pesquisadora Gemany Caetano.
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Ao g1, Gemany explicou que o dragão azul é um molusco pelágico, isto é, vive em mares abertos. Apesar de no Brasil a aparição estar associada a eventos climáticos como ciclones extratropicais e ressacas, pode ser encontrado em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos.
Pertencente à ordem Nudibranchia, o Glaucus atlanticus armazena oxigênio no estômago para se manter na superfície da água. Segundo Gemany, o animal tem uma expectativa média de vida de um ano, se alimenta de outros moluscos e de cnidários como as caravelas-portuguesas.
“Um detalhe interessante sobre a espécie é que aquela região azul é a região ventral. Ele vive com a barriga voltada para cima”, explicou a especialista. “Ele é um alienígena, morfologicamente falando”, brincou.
Aparições raras
Dragão azul já foi flagrado em uma praia de Bertioga
Dalma Mesquita Ferreira/Arquivo pessoal
Gemany destacou que este é um animal que não tem adaptação para o ambiente terrestre, então não consegue rastejar até o mar novamente quando é levado para a areia e, por isso, acaba morrendo. Além do fato de ser pelágico (viver longe da costa), as raras aparições têm a ver com o tamanho reduzido.
Quando estão agrupados, esses animais são conhecidos como “frota azul”, em referência à coloração vibrante que exibem. Além do visual exuberante, a oceanógrafa destaca que os moluscos desempenham um papel essencial no equilíbrio do ecossistema marinho.
“São importantes para manutenção e equilíbrio dos ecossistemas,”, disse a bióloga. Ela também ressaltou que os animais são estudados em pesquisas que visam a descoberta de novos fármacos e também em estudos neurológicos.
O grupo de moluscos ao qual pertence o dragão azul é alvo de um estudo que Gemany está desenvolvendo pela Universidade de São Paulo, cujos resultados ainda serão divulgados.
E a caravela-portuguesa?
🪼 Uma caravela-portuguesa (Physalia physalis) chamou atenção em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo, ao fazer uma espécie de ‘alongamento’ antes de ser levada pelo mar (assista acima).
Caravela-portuguesa faz alongamento antes de ser levada pelo mar em Ilha Comprida, SP
De acordo com os biólogos marinhos, ouvidos pelo g1, este é um movimento involuntário do animal que, apesar de bonito, pode causar graves queimaduras em contato com a pele.
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