O mês de março foi marcado por movimentos opostos nos mercados globais. Enquanto os Estados Unidos enfrentaram forte queda nos principais índices, o Brasil registrou recuperação no Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, e nos fundos imobiliários.
A análise é de Pablo Piero, sócio da Wiser | BTG Pactual, na nova edição do programa mensal exclusivo do Monitor do Mercado. No Radar Financeiro deste mês, Piero analisa os principais movimentos do mercado em março — e o que pode mexer com seus investimentos em abril.
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Confira a análise abaixo na íntegra direto no YouTube do Monitor do Mercado:
Queda dos mercados nos EUA com política de Trump
Nos Estados Unidos, as incertezas geradas pelas mudanças na política tarifária do presidente Donald Trump provocaram instabilidade e. As tarifas impactaram setores como aço, alumínio e automóveis. A volatilidade foi ampliada no início de abril com as novas alíquotas impostas pelo governo norte-americano.
O índice S&P 500 caiu 5,75% em março — seu pior desempenho mensal desde setembro de 2022. Já o índice Nasdaq recuou 8,2%. As quedas foram influenciadas também pelo receio de alta na inflação, diante do cenário protecionista.
No campo da política monetária, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manteve os juros entre 4,25% e 4,5%. A expectativa é de apenas um corte ainda em 2025, no último trimestre.
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Ibovespa sobe com medidas de estímulo
No Brasil, o Ibovespa avançou mais de 6% em março, impulsionado por medidas que buscam estimular o consumo. Entre elas:
- A liberação do FGTS;
- A reformulação do crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada; e
- A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Mesmo com a Selic em alta, o consumo interno reagiu, puxando setores ligados à economia doméstica. Das 85 ações que compõem o índice, 65 apresentaram valorização.
Entre os destaques de alta, no mês ficaram as ações da Minerva (+43%), Magazine Luiza (+42%) e Cogna (+37,5%). Na outra ponta, Natura caiu 22,7% após a divulgação do balanço do 4º trimestre, seguida por Marcopolo (-16,7%) e Azul (-15%).
Fundos imobiliários em recuperação
O Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) subiu 6,1% em março, consolidando uma reversão de tendência. A valorização no período é explicada, em parte, pela expectativa de fim do ciclo de alta de juros ainda no segundo semestre de 2025.

Muitos fundos seguem negociados com descontos em relação ao valor patrimonial, o que, segundo Piero, pode representar oportunidade de valorização quando o ciclo da Selic se inverter.
Pressões internas seguem no radar em abril
Apesar dos resultados positivos no mês, o cenário interno exige atenção. Os principais riscos destacados nos mercados são a inflação, especialmente nos alimentos, o aperto monetário e o quadro fiscal brasileiro.
Piero alerta que, em abril, os mercados devem continuar reagindo à política monetária global, às decisões do governo norte-americano e aos estímulos ao consumo. Esses fatores seguem determinantes para os preços dos ativos nos próximos meses.
O post Queda nos EUA e alta no Brasil marcaram os mercados em março apareceu primeiro em Monitor do Mercado.