O prefeito Evandro Leitão (PT) completou, na quinta-feira (10), os 100 primeiros dias à frente da Prefeitura de Fortaleza. Neste período, a gestão municipal cumpriu sua principal promessa de campanha, a extinção da taxa do lixo. Outros avanços se deram na pasta de Habitação, que até o momento tem ganhado destaque positivo, juntamente com a Secretaria da Cultura.
Na Habitação, a gestão municipal destravou projetos do Minha Casa, Minha Vida e assinou a ordem de serviço para a construção de 928 moradias populares em quatro novos conjuntos habitacionais. Segundo o secretário da pasta, Jonas Dezidoro, outros seis conjuntos habitacionais estão em execução em Fortaleza, totalizando aproximadamente 2.400 moradias. A meta é entregar 3.500 unidades até 2026.
Na Cultural, comandada pela secretária Helena Barbosa, a palavra da vez é descentralizar. O ciclo carnavalesco teve o dobro de polos em relação ao ano passado e gerou receita de R$ 973,1 milhões para Fortaleza, 25% maior que no ano passado, segundo o Observatório do Turismo.
As pastas da Saúde e da Educação têm sido os principais alvos de críticas da gestão. Na saúde, apesar do aumento de ter conseguido, junto aos governos Estadual e Federal o aumento de R$ 150 milhões em receitas para custear o Instituto José Frota (IJF), a falta de medicamentos nos postos de saúde tem levado muitas críticas à gestão municipal.
A secretária da Saúde, Socorro Martins, prometeu, em março, solucionar o problema até o final daquele mês. Porém o desabastecimento continuou. O líder do Governo na Câmara de Fortaleza, Bruno Mesquita (PSD), admitiu, na terça-feira, que em março a Prefeitura tinha apenas 77 medicamentos disponíveis dos 137 previstos. No entanto, ainda segundo o parlamentar, neste mês de abril, a gestão melhorou o cenário e está com 130 medicamentos disponíveis, faltando sete. O prefeito acusa a gestão anterior de não ter planejado a compra dos medicamentos com antecedência.
Na educação, apesar da aprovação do reajuste salarial de 6,27% para os professores, a categoria segue em conflito direto com o secretário Idilvan Alencar (PDT). A decisão do prefeito de suspender a tramitação de um processo de precatórios milionários sem comunicar à categoria azedou a relação de vez.
A gestão recuou da medida, mas o estrago já estava feito. Outras críticas vieram da suposta redução na quantidade de carne e ovos na merenda escolar dos alunos. A gestão negou ter reduzido a porção, porém o jornal O Estado foi até as escolas e ouviu relatos de pais e funcionários confirmando a redução.
As críticas sobre alagamentos e vias esburacadas na cidade seguem entre a população. Sobre isso, o prefeito tem intensificado as ações de limpeza de canais e das vias da cidade, com a ampliação de 20% da equipe, segundo a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos. No entanto, sobre a operação tapa-buraco, o petista afirmou que só poderá ser realizada a partir do segundo semestre.
Outra categoria que está causando dor de cabeça no prefeito são os servidores municipais. A proposta do prefeito de reajuste de 4,83% em duas parcelas e sem retroativo é considerada “desrespeitosa” pelos servidores, que organizam paralisações em vários setores da administração pública, incluindo no IJF.
A justificativa para não melhorar a oferta, assim como para os problemas na saúde, é o dito rombo nas contas públicas deixado pela gestão anterior. A dívida chegaria a R$ 4.6 bilhões. O prefeito também criou, em sua reforma administrativa, três novas secretarias – das Mulheres, da Proteção Animal e das Relações Comunitárias – e extinguiu a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger) e a Fagifor, uma fundação que atuava na saúde e teve seus colaboradores incorporados ao funcionalismo público.
Ex-prefeito rebate
O ex-prefeito José Sarto (PDT) publicou um vídeo com críticas ao atual prefeito. O pedista acusa o petista de descumprir promessas da campanha, como o desconto de 50% no IPVA das motos de até 160 cilindradas. Além disso, Sarto nega afirma que entregou a prefeitura com R$ 630 milhões em caixa e também aumentou a receita da cidade de R$ 7 bilhões para R$ 11,4 bilhões.
(Por Maurício Moreira)
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