77% das famílias brasileiras possuem dívidas, mostra CNC

A proporção de famílias brasileiras com dívidas aumentou para 77,1% em março, ante 76,4% em fevereiro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra que esse é o segundo mês consecutivo de alta.

Apesar da elevação no endividamento, a inadimplência — quando há atraso nos pagamentos — se manteve estável em 28,6% no mês. Esse mesmo patamar havia sido registrado em fevereiro e também em março do ano anterior.

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A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas seguintes modalidades:

  • Cartão de crédito
  • Cheque especial
  • Carnê de loja
  • Crédito consignado
  • Empréstimo pessoal
  • Cheque pré-datado
  • Parcelamentos de automóvel ou casa

Segundo a CNC, os dados indicam que as famílias estão tentando manter o controle do orçamento, mesmo diante do cenário de juros elevados.

Cartão de crédito continua na liderança

O cartão de crédito continua sendo a principal modalidade de endividamento, citado por 83,7% dos entrevistados. No entanto, essa fatia recuou frente aos 86,9% registrados em março de 2024.

Ao mesmo tempo, o uso de carnês aumentou para 17,3%, ante 16,0% no ano passado. Já o crédito pessoal também cresceu, apontando uma busca por alternativas de financiamento, mesmo com custos mais altos.

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Famílias de baixa renda lideram endividamento

Entre as famílias com renda mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados subiu para 80,7%. Já a inadimplência nessa faixa caiu de 36,7% para 36,5%.

Na faixa de três a cinco salários mínimos, o endividamento ficou em 78,5%, e a inadimplência recuou de 27,9% para 27,7%.

Entre quem recebe de cinco a dez salários mínimos, o endividamento subiu para 74,1%, enquanto a inadimplência caiu para 20,4%.

Para famílias com renda superior a dez salários mínimos, a proporção de endividados subiu para 66,6%. A inadimplência nessa faixa foi a única a registrar alta, passando de 14,9% para 15,1%.

Dívidas longas diminuem

O tempo médio de inadimplência diminuiu: 47,6% dos inadimplentes tinham contas em atraso há mais de 90 dias — o menor percentual desde maio de 2024.

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Além disso, caiu para 34,4% a fatia de famílias com dívidas superiores a um ano. Em contrapartida, aumentou a participação das dívidas com vencimento entre três meses e um ano, sinalizando uma preferência por prazos mais curtos.

Renda comprometida com dívidas

O comprometimento da renda com dívidas ficou em 29,9% em março. Desse total, 20,8% das famílias disseram destinar mais da metade da renda mensal apenas para o pagamento dessas obrigações.

Projeções

A CNC prevê que o endividamento das famílias deve crescer 2,5 pontos percentuais até o fim de 2025, impulsionado por maior confiança no consumo e pela necessidade de reorganização financeira. A inadimplência, por outro lado, deve recuar 0,7 ponto percentual nos próximos 12 meses.

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