Em um momento de incertezas no cenário internacional, alimentadas pelas recentes decisões protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta segunda-feira (7/04) a resiliência da economia brasileira e o robusto colchão financeiro do país para atravessar eventuais crises. Segundo Lula, o Brasil está protegido por reservas internacionais que ultrapassam os US$ 350 bilhões, garantindo estabilidade mesmo diante de oscilações globais.
“Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro”, declarou Lula durante o anúncio de investimentos logísticos do Mercado Livre, em Cajamar, na Grande São Paulo. O presidente ressaltou que as reservas internacionais, hoje em torno de US$ 338,6 bilhões — podendo chegar a US$ 355,6 bilhões se incluídos os compromissos de recompra do Banco Central — representam uma “blindagem” que dá autonomia à política econômica nacional. “Nós pagamos a dívida externa e temos um colchão sólido. Isso dá tranquilidade ao país e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad”, afirmou.
O evento também foi marcado por uma forte demonstração de confiança do setor privado no ambiente econômico do Brasil. O Mercado Livre anunciou um investimento recorde de R$ 34 bilhões no país apenas em 2025, com foco em logística, serviços financeiros e marketing, além da contratação de 14 mil novos colaboradores. Ao final do ano, a operação brasileira deverá somar 50 mil empregados, consolidando o país como a principal base da companhia na América Latina, o Brasil já responde por 54% do faturamento do grupo.
Para Lula, os aportes privados refletem um cenário doméstico que tende a surpreender positivamente os analistas. “Tem gente que diz que a economia vai desacelerar. Eu digo que ela vai crescer mais do que o previsto. E vai crescer porque estamos fazendo o crédito chegar a quem mais precisa. Quem fala de economia precisa entender o que é o microcrédito funcionando na ponta”, declarou o presidente, em tom enfático.
A visão de Lula é sustentada por indicadores recentes que apontam para uma trajetória de crescimento sustentado: o salário mínimo teve ganhos reais nos dois últimos anos, o emprego segue em expansão e a concessão de crédito avança, especialmente entre os pequenos empreendedores. “O Brasil não depende da economia americana, da China ou de qualquer outro país. O crescimento depende de nós, do nosso povo trabalhador e de políticas acertadas”, disse o presidente, recebendo aplausos de funcionários presentes.
O evento em Cajamar contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho) e Márcio França (Empreendedorismo), além do prefeito da cidade, Kauãn Berto. Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, destacou que os investimentos vão ampliar a capacidade logística da empresa, incluindo novos centros de distribuição e tecnologias para acelerar entregas. “Nosso foco é garantir que o cliente brasileiro tenha a melhor experiência de compra da América Latina”, afirmou.
Fundado em 1999, o Mercado Livre consolidou-se como o maior ecossistema digital da região, operando em 18 países com mais de 84 mil funcionários. No Brasil, sua operação se destaca não apenas pelo tamanho, mas pela aposta contínua em expansão — agora reforçada por uma conjuntura econômica que, segundo o governo, inspira otimismo. A mensagem final de Lula foi direta: o Brasil quer respeito no cenário internacional, mas não precisa de permissão para crescer. “Quem produz a riqueza deste país são vocês, os trabalhadores. E é com vocês que nós vamos construir um futuro ainda melhor.”
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