Vendas no varejo da zona do euro registram alta de 0,3% em fevereiro

As vendas no varejo da zona do euro registraram crescimento de 0,3% em fevereiro de 2025, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. Esse é o primeiro avanço mensal desde setembro do ano passado, gerando expectativas mais otimistas para o consumo na região.

De acordo com a Capital Economics, o resultado ficou levemente acima da estimativa da própria consultoria, que previa aumento de 0,2%, mas aquém do consenso de mercado, que apontava para 0,4%. O crescimento veio acompanhado de revisões positivas nos dados de meses anteriores, o que fortalece a leitura de uma possível inflexão no comportamento do consumo das famílias europeias.

Apesar da melhora, o nível total das vendas no varejo da zona do euro ainda está cerca de 2% abaixo do pico registrado em novembro de 2021. Analistas ponderam que esse distanciamento indica uma recuperação ainda frágil, especialmente diante de incertezas macroeconômicas, como a guerra comercial e as recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Estímulo via juros pode impulsionar consumo

A perspectiva de cortes nas taxas de juros ao longo do ano é vista como um dos fatores que podem estimular o consumo. A expectativa é que, com condições de financiamento mais favoráveis, as famílias reduzam suas poupanças e aumentem seus gastos. Ainda assim, o crescimento das vendas no varejo da zona do euro pode ser limitado pela perda de fôlego da renda real, diante de um mercado de trabalho mais moderado.

Segundo previsões da Capital Economics, é esperada uma alta modesta do consumo privado no restante de 2025, refletida em uma média trimestral de 0,3% nos gastos das famílias. Esse ritmo seria suficiente para manter a economia em crescimento, embora abaixo do potencial.

Tarifas de Trump e impacto nas projeções

As recentes tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, consideradas mais agressivas que o previsto, geraram preocupação nos mercados globais. Caso sejam mantidas, os impactos negativos sobre a atividade e a confiança do consumidor podem comprometer as vendas no varejo da zona do euro, resultando em desempenho aquém do esperado.

Essas tarifas afetam diretamente exportadores europeus, principalmente setores industriais da Alemanha e França, com efeitos indiretos sobre o emprego e a renda. A redução da atividade industrial tende a se refletir no consumo, o que pode colocar pressão sobre a trajetória das vendas no varejo da zona do euro nos próximos meses.

Projeções e perspectivas

Mesmo com o resultado positivo de fevereiro, a Capital Economics e outras consultorias mantêm cautela em relação ao segundo trimestre. A possibilidade de retração nos gastos em alguns países, como Alemanha e Itália, segue elevada, principalmente se os efeitos das tarifas se intensificarem.

Por outro lado, sinais de desaceleração da inflação e maior estabilidade nos preços de energia podem atuar como suporte para o consumo. Com isso, a expectativa é de que as vendas no varejo da zona do euro sigam em leve recuperação ao longo do ano, ainda que de forma desigual entre os países membros.

Crescimento nas vendas

O crescimento de 0,3% nas vendas no varejo da zona do euro em fevereiro representa um alívio bem-vindo após meses de estagnação. No entanto, o contexto permanece desafiador, com riscos relevantes ligados à guerra comercial, juros globais e dinamismo do mercado de trabalho.

A manutenção dessa tendência dependerá da resposta dos governos e do Banco Central Europeu, além do comportamento das tarifas comerciais globais. Enquanto isso, o consumidor europeu segue cauteloso, mas sinais de recuperação começam a aparecer, impulsionando as vendas no varejo da zona do euro com mais consistência.

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