S&P 500 desaba com avanço da guerra comercial entre China e EUA

O S&P 500, um dos principais índices de Nova York, intensifica suas perdas nesta segunda-feira (7) com o aumento do clima de aversão ao risco entre os investidores, chegando ao patamar de bear market, quando ocorre queda de mais de 20% em relação ao pico recente.

As quedas consecutivas refletem o temor do mercado por uma recessão da economia norte-americana após a grande escalada da guerra comercial com as tarifas de Trump e retaliações de Pequim na semana passada.

Logo na abertura, os índices das bolsas de Nova York registravam uma perda acentuada:

  • Dow Jones recuava 2,97%, aos 31.175,79 pontos;
  • S&P 500 caía 3,29%, aos 4.907,01 pontos;
  • Nasdaq afundava 3,88%, aos 14.982,40 pontos

Às 16h (horário de Brasília), o índice registra leve queda de 0,76%, aos 5.032 pontos.

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Confira o desempenho por setores do S&P 500 nesta segunda-feira:

Setor de tecnologia lidera as perdas no S&P 500

As ações de tecnologia continuam sendo as mais penalizadas pelo cenário de instabilidade. A Tesla (TSLA) lidera as quedas entre as chamadas “Sete Magníficas”, com perda de 7% no pré-mercado, que chegaram a 10% durante a manhã.

A Tesla foi impactada diretamente por um novo relatório da Wedbush Securities, em que o analista Daniel Ives reduziu o preço-alvo das ações de US$ 550 para US$ 315, uma queda de 43%.

Segundo Ives, as tarifas impostas pela China sobre produtos dos EUA podem comprometer significativamente a presença da empresa no país asiático, que respondeu por mais de 20% da receita da empresa no último ano.

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As ações da Nvidia desabaram mais de 6% e atingem seu menor nível desde agosto. A analista Stacy Rasgon, da Bernstein, comentou que, apesar da queda, “pode haver um (pequeno) lado positivo” para a empresa, considerando sua exposição limitada à China. No entanto, o cenário ainda é de cautela.

A Apple, que perdeu mais de US$ 533 bilhões em valor de mercado apenas nos últimos dois dias úteis, registrou nova queda de 6% nesta segunda-feira.

Já a Meta Platforms e Amazon caíram mais de 3% cada. A Microsoft e a Alphabet (controladora do Google) registraram perdas superiores a 1%.

Ações da China também despencaram

Na Ásia, o índice Hang Seng Tech, que acompanha empresas de tecnologia em Hong Kong, caiu 17,1%. A BYD Electronic e a Lenovo recuaram mais de 22% cada.

A Foxconn Industrial Internet e a LuxShare Precision Industry, fornecedoras da Apple, atingiram o limite diário de baixa de 10% na Bolsa de Xangai.

O índice Hang Seng caiu 13,2% em Hong Kong, com perdas generalizadas. Tencent e Alibaba, mesmo com menor exposição direta às exportações, perderam 12,5% e 18%, respectivamente, devido ao impacto esperado na economia chinesa.

Analistas reduzem projeções para o S&P 500

Com a piora do cenário global, grandes casas de análise estão revendo suas estimativas para o mercado acionário dos EUA. O Bank of America (BofA) reduziu sua projeção para o índice S&P 500 para 5.600 pontos, abaixo da faixa anterior de 4.000 a 7.000 pontos, com base na escalada das tensões comerciais.

John Stoltzfus, estrategista-chefe da Oppenheimer, que até março era o mais otimista de Wall Street, também cortou sua previsão de fim de ano para o S&P 500, de 7.100 para 5.950 pontos.

“Embora nossas expectativas sejam de que as cabeças mais frias prevaleçam no processo de negociação comercial, a reação do mercado nos sugere a necessidade de dimensionar corretamente as expectativas no curto prazo”, disse Stoltzfus.

Michael Wilson, do Morgan Stanley, alertou que o índice pode cair mais 7% a 8% caso o governo americano mantenha as tarifas.

China reage a tarifas com retaliações e queixa à OMC

O presidente Trump negou estar “planejando intencionalmente” um colapso do mercado, mas afirmou que “às vezes você tem que tomar remédios amargos”. O governo dos EUA anunciou tarifas de 10% sobre todas as importações, com alíquotas mais altas para cerca de 60 países, incluindo China e União Europeia.

Como resposta, a China anunciou tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos e adicionou 27 empresas dos EUA às listas de entidades não confiáveis. Além disso, Pequim entrou com uma ação formal na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos EUA.

Mesmo com o agravamento da crise, o governo chinês tenta sinalizar estabilidade. O vice-ministro do Comércio, Ling Ji, afirmou que o país continuará sendo uma “terra promissora” para investidores estrangeiros e que os direitos das empresas americanas serão protegidos.

“As tarifas protegem firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas, incluindo as norte-americanas”, afirmou Ling.

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Risco de desacoplamento entre EUA e China

O chefe de pesquisa macroeconômica da Ásia do OCBC, Tommy Xie, afirmou que o atual momento pode acelerar um desacoplamento econômico entre as duas maiores economias do mundo.

“Como a única grande economia a anunciar medidas retaliatórias formais, a China corre o risco de irritar ainda mais Trump”, afirmou Xie.

Há pouco, Donald Trump divulgou novas ameaças o país asiático em seu perfil da Truth Social: Trump disse que caso a China não suspenda até esta terça-feira (8) as tarifas retaliatórias, novas tarifas adicionais de 50% serão impostas a partir de 9 de abril — quando todas as taxas entrarão em vigor.

Na semana passada, a agência Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da China, citando o aumento acelerado da dívida pública para lidar com os impactos das tarifas.

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