Câmbio: Dólar dispara após tensão entre China e EUA

O dólar fechou esta sexta-feira (4) em forte alta de 3,68%, a R$ 5,83 — maior fechamento desde 10 de março, quando atingiu R$ 5,85. A moeda acumula ganho de 2,27% nos quatro primeiros pregões de abril. No ano, ainda registra queda de 5,59%.

A alta foi impulsionada por fatores externos, principalmente a retaliação da China às tarifas impostas pelos Estados Unidos. O governo chinês anunciou novas tarifas de 34% sobre produtos americanos, elevando a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.

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Guerra comercial aumenta risco de recessão global

O mercado teme que o agravamento da guerra comercial leve a uma recessão global. Isso provocou queda generalizada nos preços de commodities, como o petróleo, que recuou mais de 6% no dia e já acumula perdas de dois dígitos no mês.

A queda nas commodities pressiona moedas de países exportadores desses produtos, como o real, o peso mexicano e o dólar australiano. A balança comercial brasileira tende a ser afetada, o que pode reduzir o ingresso de dólares no país e aumentar a cotação da moeda americana.

Falas do governo dos EUA aumentam incertezas

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, reforçou a política de dólar forte e defendeu a reindustrialização americana. Segundo ele, a China está em recessão e deveria buscar um acordo comercial com os EUA. As declarações aumentaram a aversão ao risco nos mercados.

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Já o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, esfriou as apostas em um corte de juros em breve. Ele afirmou que ainda é cedo para avaliar se será necessário flexibilizar a política monetária, apesar do aumento das incertezas econômicas.

Relatório de emprego surpreende e reduz chance de corte de juros

O payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos, mostrou a criação de 228 mil vagas em março, acima das projeções de mercado, que apontavam para 140 mil. Apesar da revisão negativa dos dados de meses anteriores, o resultado reforçou a percepção de que o mercado de trabalho segue forte.

O desempenho do mercado de trabalho reduz a probabilidade de cortes de juros no curto prazo, tendendo a valorizar o dólar frente a outras moedas.

Índice DXY e moedas emergentes

O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, subiu cerca de 1%, alcançando 103,182 pontos no fim da tarde.

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Entre as moedas emergentes, as maiores perdas foram registradas pelo dólar australiano (queda de mais de 4%) e pelo dólar neozelandês. O real também se desvalorizou, assim como os pesos colombiano e mexicano.

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