Os índices Dow e S&P 500 prolongaram nesta sexta-feira (4) uma série de quedas acentuadas, em meio à intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. A escalada nas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump e a retaliação imediata do governo chinês geraram um ambiente de alta aversão ao risco nos mercados globais, provocando fortes perdas nas bolsas americanas.
No início da tarde, o índice S&P 500 recuava 5,1%, acumulando queda superior a 16% desde o pico observado em meados de fevereiro. Já o Dow Jones Industrial Average registrava uma queda de mais de 1.800 pontos, o equivalente a 4,5%. Ambos os indicadores confirmam a pior sequência de perdas desde 2020, durante o início da pandemia de Covid-19. O índice Nasdaq, mais concentrado em tecnologia, acompanhava a queda com baixa de 5,1%, enquanto o Russell 2000, voltado a empresas de menor capitalização, recuava 4%.
A instabilidade levou os investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA. O rendimento do título de 10 anos caiu abaixo de 4%, refletindo o aumento da procura por segurança em meio ao cenário incerto.
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Trump eleva tarifas, China reage
A tensão foi intensificada na quarta-feira (2), quando Donald Trump anunciou uma elevação drástica nas tarifas de importação sobre produtos chineses, chegando a até 79% em algumas categorias. Em resposta, a China anunciou nesta sexta-feira a imposição de tarifas de 34% sobre produtos americanos, com vigência a partir do próximo dia 10.
Apesar de um breve alívio no final da manhã, após Trump sinalizar abertura para negociações em conversa com o secretário-geral do Vietnã, o movimento não foi suficiente para acalmar os mercados. Analistas apontam que a perspectiva de uma guerra comercial prolongada e de uma recessão global tem pesado nas decisões dos investidores.
Impacto sobre ações e setores
Entre os principais destaques negativos da sessão, estavam papéis de empresas sensíveis ao comércio internacional e à cadeia de produção global. A Tesla registrou queda de cerca de 10%, a fabricante de máquinas agrícolas Caterpillar caiu 6% e a Nvidia, líder no mercado de chips para inteligência artificial, recuou 7%.
As perdas não se limitaram ao setor de tecnologia. O petróleo bruto recuou quase 8%, cotado a US$ 61,71, refletindo temores de desaceleração econômica e queda no consumo de combustíveis. O movimento amplia a pressão sobre o setor de energia, já penalizado por incertezas fiscais e regulatórias.
Dow e S&P 500 refletem cautela generalizada
A performance negativa dos índices Dow e S&P 500 representa um retrato da cautela generalizada nos mercados diante da deterioração do cenário geopolítico. As políticas comerciais de Trump, inicialmente interpretadas como medidas estratégicas de barganha, agora são vistas com crescente preocupação por parte de analistas e executivos de mercado.
Mesmo a divulgação de dados robustos sobre o mercado de trabalho nos EUA — com criação de 228 mil vagas em março — foi insuficiente para conter o pessimismo. Economistas indicam que os números de emprego refletem um período anterior à intensificação das tarifas e não capturam os impactos mais recentes sobre o consumo e os investimentos.
Perspectivas de recessão crescem
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o JPMorgan elevou suas projeções para uma recessão global de 45% para 60%, destacando que a combinação entre menor confiança de consumidores e queda nos investimentos pode empurrar a economia para uma contração já no segundo trimestre.
A visão foi compartilhada por Dan Ives, analista da Wedbush Securities, que classificou o conjunto de tarifas anunciadas por Trump como um “desastre autoinfligido de proporções épicas”. Para ele, o impacto potencial sobre as cadeias de produção e o fluxo global de capitais deve se traduzir em perdas contínuas nos principais índices americanos, como o Dow e S&P 500.
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Dow e S&P 500 acumulando perdas
Os mercados dos EUA encerram a semana sob forte pressão, com Dow e S&P 500 acumulando perdas expressivas diante da escalada nas disputas comerciais com a China. A retaliação chinesa às tarifas de Trump ampliou a volatilidade nos pregões e gerou temores reais de uma recessão global iminente.
Com investidores buscando proteção em títulos e o petróleo em queda acentuada, os próximos dias devem continuar marcados por incertezas e retração no apetite por risco. A expectativa agora gira em torno de possíveis recuos por parte da Casa Branca ou de sinalizações de diálogo que possam conter a deterioração do ambiente macroeconômico.
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